Os autocarros da Empresa Municipal de Transporte de passageiros continuam arrumados no parque, enquanto do lado de fora as pessoas sofrem para conseguir um transporte.
Na rota que parte da praia de Tofo ou Barra para a cidade de Inhambane, o “O País” encontrou várias pessoas nas paragens a espera de uma oportunidade para apanhar um transporte de passageiros.
Quem estava na rua, conta que chega a ficar mais de uma hora na paragem a espera de um transporte.
Na sua maioria, as pessoas que vivem nas zonas das praias de Tofo e Barra vão a machamba, na baixa, arredores da cidade de Inhambane, atrás do seus sustento. Mas devido à greve dos transportadores de passageiros, viram agravados os custos de transporte.
Os poucos carros que circulam na rota passam pelas paragens cheios, sem a chance de poderem levar mais algum passageiro, com excepção de alguns que mesmo com os carros cheios, não têm outra alternativa e apanham o chapa.
Por outro lado, quem quer ter um lugar no chapa, é muitas vezes obrigado a fazer ligações que começam a meio do caminho e com uma paragem na terminal, para de lá, poder apanhar um espaço no carro e poder chegar ao destino final sem ter de ficar pendurado.
Quem não tem dinheiro para as ligações, a saída é seguir a pé até à terminal, e de lá apanhar o transporte.
Outra saída alternativa passa por subir os chamados “My Loves”, carros de caixa aberta, que pela manhã são os “salva-vidas” da população que reside naquela região.
Os trabalhadores da Empresa Municipal dizem que têm noção do que acontece lá fora, mas não arredam o pé até que a sua inquietação seja atendida.
“Nós sabemos que a população está a sofrer, mas paciência, eles sabem que estamos a sofrer, apesar da nossa vontade de trabalhar”, disse um dos trabalhadores, que pediu anonimato.
Refira-se que a greve dos autocarros do serviço público de transporte começou na segunda-feira, devido à falta de pagamento de cinco meses de salários.
