A destruição e o vandalismo registados na segunda-feira, em Luanda, durante a greve dos taxistas, foi um “acto de terror” que visava tornar o país ingovernável e “subverter o poder democraticamente instituído”, considerou, esta quarta-feira, o Presidente de Angola, João Lourenço.
“O que aconteceu na segunda-feira foi um verdadeiro acto de terror, cujas impressões digitais deixadas na senda do crime são bem visíveis e facilmente reconhecíveis e apontam para a materialização de um macabro plano de ingovernabilidade através do fomento da vandalização de bens públicos e privados, incitação à desobediência e à rebelião, na tentativa da subversão do poder democraticamente instituído”, acusou João Lourenço.
Falando na abertura da 12ª reunião do Conselho de Ministros, ontem, o Chefe de Estado angolano elogiou a “contenção” da Polícia Nacional “naquele fatídico dia”, bem como o comportamento “patriota, tolerante e responsável” das entidades directamente lesadas.
O país foi alvo de “um acto de rebelião que alterou a ordem pública, vandalizou bens públicos e privados e pôs em risco a segurança e a vida de pacatos cidadãos”, disse João Lourenço.
Estradas cortadas, enchentes nas paragens, actos de vandalismo, destruição e a detenção de 297 pessoas foi o que se viu nas primeiras horas daquela segunda-feira, na cidade de Luanda, principalmente no distrito de Benfica, mais afastado do centro da urbe e onde foi incendiado o comité distrital do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), partido que governa Angola há 46 anos.
Os taxistas queixavam-se do excesso de zelo dos agentes da polícia de que são alvo e do mau estado das estradas, assim como exigiam a profissionalização da actividade e formalização do anúncio do regresso à lotação a 100% dos transportes sem-colectivos de passageiros.