Nas comemorações dos cem anos do ícone da luta contra o apartheid, Graça Machel abriu as portas da sede da Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade para uma equipa da RTP, onde falou dos valores defendidos por Nelson Mandela: "Ele tinha uma maneira muito natural de fazer alguém sentir que, naqueles poucos segundos, esta pessoa era a mais importante da vida dele. Em momento algum, Nelson Mandela se apresentou como "EU". É só prestar atenção em todos os discursos dele; ele diz sempre "Nós", disse Graça.
Graça Machel reconheceu que, dentre as três mulheres de Madiba, o amor da vida do líder do ANC foi Winnie Mandela, apesar de Graça ter trazido o verdadeiro sentido do conceito de família a Mandela: "o grande amor da vida de Madiba foi sempre Winnie Mandela. Era um amor real, mas não era um amor ideal. E comigo foi uma coisa diferente. Eu ofereci a Nelson Mandela a possibilidade de ter uma família e de viver em família. E, se tiver reparado, por exemplo, nós andávamos sempre de mãos dadas, como se nos tivéssemos a necessidade dessa conexão, até física. Quando ele deixou a segunda esposa, uma das filhas tinha três anos e a outra filha tinha dois. Ele volta da prisão, elas já são adultas, estão casadas, e têm filhos. Então, os meus filhos aparecem como se o tivessem dado a oportunidade de ser pai outra vez." Uma convivência de cerca de quinze anos e Graça Machel apontou alguns defeitos do Nobel da Paz: "Madiba era teimoso. Muito teimoso. Ele confiava por demasiado nas pessoas e que ele as vezes foi abusado por isso." Concluiu Graça Machel.
Nelson Mandela perdeu a vida no dia 5 de Dezembro de 2013, em Johannesburg, vítima de doença.