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Governo vai reunir-se com a TOTAL para abordar questões de segurança em Cabo Delgado

Foto: Jornal Mercado

Encontro entre o Executivo moçambicano e gestores da petrolífera francesa servirá para discussão dos detalhes sobre as condições exigidas pelo grupo para retomar o projecto de exploração de gás natural na área 01 da Bacia do Rovuma.

O Governo vai, em breve, reunir-se com a Total para abordar questões de segurança, relacionadas ao projecto de exploração de gás natural liquefeito na Bacia do Rovuma, segundo informou hoje o ministro dos Recursos Minerais e Energia, Max Tonela.

A informação dada pelo governante acontece na sequência dos avanços que a força conjunta Moçambique, Ruanda e SADC tem estado a registar no Teatro Operacional Norte, onde combate o terrorismo. De resto, o facto abre novas perspectivas sobre o regresso do consórcio liderado pela Total, que suspendeu as actividades do projecto por força maior depois do ataque à vila de Palma.

“Temos um mecanismo de discussão com a direcção da Total sobre os assuntos associados a implantação do projecto”, introduziu o ministro, detalhando que “uma das condições estabelecidas para a retoma do projecto é a garantia de segurança, estabilidade e regresso da população às zonas onde o projecto será implantado. Prevemos, para breve, encontros para a discussão dos detalhes, mas percebemos que, há alguns dias, o CEO da Total já se referiu que espera que o projecto entre em operação em 2026, o que quer dizer que há indicações para que próximo ano o projecto retome as actividades”.

A explicação de Ernesto Max Tonela acontece cerca de 24 horas depois de o ministro da Economia e Finanças, Adriano Maleiane, ter avançado numa conferência organizada pelo Banco Africano de Desenvolvimento, um dos financiadores do projecto, que há esperança de que os trabalhos, na Península de Afungi, retomem antes do prazo de um ano, dado pela Total ao Governo de Moçambique para resolver o problema da insegurança.

“Penso que o prazo esperado de atraso das obras seja reduzido, porque apontámos um ano como o tempo necessário para permitir o recomeço do projecto, mas olhando para a situação. Hoje, penso que não vá ser esse o caso, estamos a fazer o nosso melhor”, disse Adriano Maleiane, na quarta-feira (29).

E acrescentou que “a perspectiva é boa, porque a paz está a manter-se, as pessoas deslocadas estão a voltar às suas casas, e estamos agora no processo de criar condições para voluntariamente virem para casa e não simplesmente desejar vir para casa um dia”.

A petrolífera francesa Total, líder do projeto da Área 1 no norte do país, suspendeu os trabalhos na instalação perto de Palma a 24 de Março, dia em que a cidade foi atacada pelos insurgentes, e um mês depois anunciou a suspensão de todo o projecto por tempo indeterminado.

Estimado em mais de 20 mil milhões de dólares norte-americanos, o mega-projecto de extração de gás da Total é o maior investimento privado em curso em África, suportado por diversas instituições financeiras internacionais e prevê a construção de unidades industriais e uma nova cidade entre Palma e a península de Afungi.

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