Se Moçambique acrescentasse valor aos produtos de exportação, arrecadava muito mais do que os cerca de 3 mil milhões de dólares conseguidos no ano passado. Trata-se de uma preocupação antiga sempre levantada quando se fala no défice da balança comercial, ou seja, Moçambique compra mais do exterior e vende menos, promovendo o crescimento dos outros países. Esta questão deve ganhar algum destaque no Conselho Coordenador do Ministério da Indústria e Comércio, que arrancou ontem em Maputo.
“Continuamos a ter uma economia sobretudo dependente de exportação de matérias-primas com baixo nível de processamento, por isso apostamos na industrialização como forma de adição de valor e inverter o quadro em que temos níveis de importações na ordem de 6 mil milhões de dólares e de exportações em cerca de 50% deste valor (3 mil milhões de dólares). Precisamos de trabalhar no sentido de promover a inversão deste quadro e isso só pode acontecer com a adição de valor de matérias-primas”, explicou o ministro da Indústria e Comércio, Max Tonela. Na ocasião, lembrou que as exportações nacionais são principalmente baseadas em produtos mineiros dos grandes projectos como o carvão, energia eléctrica, gás, alumínio da Mozal e que são exportados com baixo nível de valor acrescentado.
Ainda no quadro do comércio externo, pretende-se aproveitar os acordos que existem para a facilitação das exportações aos mercados preferenciais pelas Pequenas e Médias Empresas, a exemplo da Lei de Crescimento e Oportunidades para a África (AGOA).
Outra preocupação tem que ver com a criação de capacidade para aproveitar a produção alimentar que se perde e dinamizar a indústria alimentar. “Temos, nesta ocasião, uma boa ocasião para tomar medidas que assegurem que, no próximo ano, toda a produção seja absorvida e para discutir medidas que visem a promoção do agro-processamento em Moçambique, que é um dos sectores com grande potencial de crescimento”, revelou o governante.
De 15 a 17 de Novembro corrente, quadros do Ministério da Indústria e Comércio irão também avaliar o desempenho do ministério desde o XIV Conselho Coordenador realizado em Setembro de 2016 e definir perspectivas de acção para as várias áreas em que o Ministério da Indústria e Comércio é chamado a intervir.
Outros pontos a avaliar incluem a Política Comercial; Ponto de situação da implementação do Programa Operacional de Comercialização Agrícola 2017; Desafios da Comercialização Agrícola; Proposta de Regime de Comercialização, Importação e Exportação de Produtos Agrícolas; Implementação da Política e Estratégia Industrial; Evolução do sector da indústria no período 2014 – 2017; Desafios e propostas de medidas para implementar em 2018; Medidas a tomar face à conjuntura económica; Balanço da Actividade Inspectiva e acções para a melhoria da acção inspectiva; Proposta de Regulamento de Actividade Inspectiva, entre outros.