Uma semana depois das denúncias de exploração sexual de reclusas no Estabelecimento Penitenciário Especial de Mulheres de Maputo, em Ndlavela, o partido Renamo veio ao público discordar da inclusão do Ministério da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos na comissão de inquérito, criada para investigar as denúncias, alegando que “é incapaz de trazer resultados aceitáveis”.
Em conferência de imprensa, hoje, o maior partido da oposição defendeu a necessidade de se criar uma comissão de inquérito livre de influências dos implicados e que seja independente.
“O que nós estamos a advogar é que a comissão seja composta por pessoas idóneas, capazes de ir atrás da verdade e responsabilizar, exemplarmente, os implicados. O partido diz que não espera nenhum resultado. A experiência indica que o Governo é incapaz de trazer resultados aceitáveis, como já aconteceu em vezes anteriores”, disse José Manteigas, em representação da Renamo.
Na ocasião, José Manteigas condenou, ainda, o que chamou de actuação criminosa das Forças de Defesa e Segurança na luta contra o terrorismo em Cabo Delgado. O partido alega haver falta de comando e muita impunidade.
“Há envolvimento de agentes das Forças de Defesa e Segurança em assassinatos e maus tratos a cidadãos indefesos, bem como de agentes económicos com o objectivo de exigir resgates milionários, sob olhar impávido e sereno das respectivas chefias. A ausência de comando enfraquece o nosso Estado e consubstancia uma organização obsoleta”.
Na mesma conferência de imprensa, a Renamo falou sobre outros assuntos de actualidade nacional, a destacar a petição submetida ao Ministério da Indústria e Comércio por várias empresas do ramo do cimento, solicitando a redução do preço do material, motivado pela entrada em funcionamento de uma nova fábrica, a Empresa Moçambique Dugongo Cimentos.
A Renamo considera “descabido” o pedido das outras empresas, tanto que, através da sua liga juvenil, solicitou indeferimento junto ao ministro competente, o que espera ter provimento.
“Mais uma vez, aqui e agora, reiteramos esta posição e aproveitamos este ensejo para encorajar a empresa Dugongo Cimentos SA a praticar preços aceitáveis e confortáveis para o bolso do cidadão”, concluiu.