O Governo garante que não há cidadãos estrangeiros a pescar de forma ilegal na Costa moçambicana, conforme informações que têm sido postas a circular. Entretanto, a Organização não-governamental WWF não acredita na afirmação e diz que urge apurar.
De forma recorrente tem circulado informações sobre alegado “assalto” às águas moçambicanas por cidadãos estrangeiros.
Há menos de um mês por exemplo, houve informações de suposta presença de embarcações chinesas a pescar de forma ilegal na região costeira da Ponta do Ouro, no distrito de Matutuíne, província de Maputo. Algo que a Direcção Nacional de Operações (DNOP) do Ministério do Mar não confirma e esclarece:
“São embarcações que fretaram parcerias com embarcações de bandeira chinesa que estão aqui a operar”, declarou Leonid Chimarizane director da DNOP.
“Os que estão licenciados a exercer a actividade são nacionais. Sim, já tivemos situações de relatos e até mesmo nas redes sociais de ocorrência de embarcações que estiveram a pescar em zonas não autorizadas, mas o nosso sistema de monitoria constatou que operam nas zonas das quais estão licenciadas”, acrescentou o dirigente, elucidando que “parte dessas embarcações estão a operar em zonas que anteriormente não estavam autorizadas a exercer a actividade de pesca industrial. Por isso, quando são visualizadas, são mal interpretadas”.
No entanto, a explicação não convence o Fundo Mundial para a Natureza, WWF na sigla inglesa. A organização virada à conservação ambiental defende que é urgente clarificar aos moçambicanos o que está acontecer nas águas territoriais.
“Nós sabemos. Dizer que os chineses estão a ser autorizados exatamente da mesma maneira que as outras frotas, não é resposta satisfatória”, rebateu Anabela Rodrigues, directora do WWF.
“Há informação de que há, por exemplo, exportação de caranguejo vivo para a China. Quando se investiga um bocadinho constata-se que a empresa que está licenciada não é empresa chinesa, é moçambicana; mas muitas vezes os chineses entram através de moçambicanos”, explicou a directora, apresentando as supostas “artimanhas” usadas.
Estas constatações foram feitas hoje, durante um debate em Maputo, sobre o combate à pesca ilegal e não regulamentada em águas nacionais.