Falando no Paços do Município de Maputo, na cerimónia do último adeus à activista dos direitos humanos, Alice Mabota, o vice-ministro da Justiça disse que a advogada foi um exemplo de combate a todas as formas de injustiça em Moçambique.
Filimão Suazi elogiou o trabalho da activista em defesa dos que não tinham recursos para recorrer à justiça para resolver os mais diversos problemas.
“Alice Mabota será lembrada como a que lutou sem medo a favor dos desfavorecidos e oprimidos em prol de uma sociedade igualitária para os moçambicanos”, realçou Suazi.
Ainda na cerimónia fúnebre, o presidente da Comissão Nacional dos Direitos Humanos (CNDH) avançou que Alice Mabota foi uma activista “incansável” em defesa de cidadãos anónimos e de causas de promoção da justiça social em Moçambique.
Luís Bitone fala de uma comissária que, mesmo no leito hospitalar, na vizinha África do Sul, mostrava preocupação com o estágio dos direitos humanos no país, aconselhando abordagens de resposta às violações dos direitos fundamentais dos carenciados.
A família Mabota, por sua vez, fala de uma activista que sempre soube ser esposa, irmã, mãe e avó, apesar da figura pública que era. Aliás, Alice Mabota foi a primeira mulher a candidatar-se ao cargo de Presidente da República, em 2019.
Os activistas presentes na cerimónia consideram Alice Mabota a “mãe dos direitos humanos” em Moçambique, pelo seu trabalho como Presidente da Liga Moçambicana dos Direitos Humanos, prestando assistência jurídica gratuita aos carenciados, denunciando os excessos das Forças de Defesa e Segurança (FDS) e lutando contra a corrupção no sector público.
Alice Mabota perdeu a vida na última quinta-feira, 12 de Outubro, aos 74 anos, na vizinha África do Sul, vítima de doença. Os restos mortais da activista dos direitos humanos vão, esta tarde, a enterrar no Cemitério de Lhanguene, na Cidade de Maputo.