“O Apetrechar do Tempo” é o título da nova exposição inaugurada no Centro Cultural Português em Maputo. Da autoria de Gonçalo Mabunda e Francisco Vidal, a colectiva configura-se como um encontro entre a escultura e a pintura.
“O Apetrechar do Tempo” marca o regresso à exposição de Gonçalo Mabunda no Camões. Desta vez, o artista apresenta as suas obras numa colectiva que conta com a participação do artista plástico português, Francisco Vidal, que, através da pintura, traz o traçado em linhas caligráficas sobre as telas.
“É isso que a gente tentou fazer durante algum período. Eu e Vidal temos ideias diferentes apesar da amizade, ainda descordamos um com o outro. Mas, no fim de tudo, o resultado deu positivo.”.
Já Francisco Vidal considerou que as obras são resultado da amizade criada durante uma viagem a Hong Kong.
Na inauguração da exposição, a ministra da Cultura e Turismo reconheceu o trabalho apresentado pelos artistas e, em particular, o papel de Mabunda na arte, que reflecte a situação do terrorismo em Moçambique.
“O nome Mabunda está, intrinsecamente, ligado às armas que dilaceraram o país durante 16 anos da guerra e, de forma sábia, tem alimentado aquele movimento, quando, vezes sem conta, afirma ‘eu pinto com ferro, ensino com ferro e vivo com ferro’. Para combinar com o lixo da guerra, simplesmente resume: mais balas na arte, menos balas na rua”, reconheceu Materula.
Disponíveis na galeria do Centro Cultural Português, a exposição está aberta ao público até 31 de Julho.