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Gilberto Mendes: “FMB tem graves problemas”

O secretário de Estado do Desporto (SED), Gilberto Mendes, diz que a Federação Moçambicana de Basquetebol tem graves problemas e um histórico de dívidas acumuladas com as atletas da selecção sénior feminina de basquetebol e com várias instituições.

Esse facto, segundo o dirigente, terá contribuído para que a SED, através do Fundo de Promoção Desportiva (FPD), interagisse directamente com as atletas sobre o pagamento dos subsídios.

Os acontecimentos de Kigali, durante a participação da selecção sénior feminina de basquetebol, e a demissão do presidente da Federação Moçambicana de Basquetebol (FMB) continuam a alimentar muitos debates em vários círculos de opinião.

Na conferência de imprensa em que colocou o seu lugar à disposição, Roque Sebastião alegou, dentre vários motivos, a interferência da SED na gestão da selecção nacional sénior feminina de basquetebol, mormente no “dossier” relacionado ao valor desembolsado pela multinacional francesa Total, destinado ao apoio à selecção no Afrobasket 2023.

Gilberto Mendes deu o peito às balas e esclareceu algumas zonas de penumbra. O dirigente diz que o barulho criado em torno da selecção nacional de basquetebol não faz sentido, até porque as pessoas não têm noção do que realmente aconteceu.

 

FMB TEM HISTÓRICO DE DÍVIDAS

Disse ainda que o processo de preparação da selecção, que falhou o estágio na Turquia, deveu-se ao facto de a federação ter demorado a submeter a carta de pedido de apoio.

“A Federação Moçambicana de Basquetebol tem graves problemas. Esse problema de as atletas condicionarem a partida de Maputo para Kigali a determinado pagamento é um histórico. Há um histórico de dívidas acumuladas com as atletas, assim como com algumas instituições”, esclareceu Gilberto Mendes.

O secretário de Estado do Desporto considera que não é tarefa do Estado pagar subsídios às jogadoras, mas sim da federação.

“A tarefa do Governo é apoiar o desporto. As federações devem encontrar soluções”, avançou o dirigente, acrescentando que “se o Governo não tivesse entrado a pagar 22 passagens, hotel, alimentação e toda a logística em Kigali, não teríamos as atletas naquele evento”.

Gilberto Mendes disse ainda que a selecção corria o risco de não participar no Afrobasket devido à dívida que a Federação Moçambicana de Basquetebol tem para com a sua congénere de Angola.

“A Federação Angolana de Basquetebol submeteu o caso à FIBA-África. Eu tive de intervir para que a nossa selecção participasse na prova. Mas tudo isso ninguém vê. E mais: a nossa federação tem uma dívida com a Fiba-África. Esse conjunto de problemas tira algum brilho ao país”, sublinhou o dirigente.

Em relação ao facto de o Fundo de Promoção Desportiva ter feito a gestão do valor desembolsado pela Total, explica que quer o Governo quer a Total não disponibilizam o dinheiro nas contas das pessoas.

“O Estado faz transferências e não o contrário. Essa medida visa conferir transparência no processo. Foi nesse espírito que o Fundo de Promoção Desportiva fez a gestão do dinheiro”, disse.

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