O País – A verdade como notícia

General Macaringue defende que militares devem decidir sobre a sua própria logística

Foto: O País

O General na reserva, Paulino Macaringue, diz que o poder político deve reconhecer que não toma decisões finais num contexto de guerra. Por isso, defende que as Forças Armadas devem ter uma palavra sobre que tipo de logística deve ser feita para garantir a soberania.

O General na Reserva Paulino José Macaringue fez-se, esta sexta-feira, ao Centro Cultural Universitário da Universidade Eduardo Mondlane para abordar o tema “Relação Civil-Militar em Democracia”.

Numa sala repleta de militares e civis, Paulino Macaringue, deixou ficar a sua opinião sobre o tema que o levou à academia.

“A questão de fundo é que, enquanto as autoridades civis exercem o poder global de decisão deve ser reconhecido que elas não têm autoridade última na guerra. No interesse da justiça natural, as Forças Armadas de Defesa devem ter uma palavra no processo de aquisição de equipamento, instalações, treino e perfil da sua organização, porque são eles em última instância os utilizadores”, apontou Macaringue.

Para o General na Reserva, a separação do poder a que se refere pode garantir que o Exército esteja mais preparado para defender a nação. “Os militares sabem o que realmente precisam ou o que é prioridade, porque eles é que têm o perfil, a especialidade e a preparação para entender os perfis de cada tarefa e os respectivos recursos”, explicou.

Questionado sobre a corrupção no Exército, Macaringue disse que o sector da Defesa não está isolado pois o problema afecta a toda a sociedade.

“Não vai ser estranho que os desvios ocorram nos sistemas militares porque os militares são um segmento da sociedade. É como dizia o Presidente Chissano, o cabrito come onde foi amarrado. Portanto, as pessoas que estão nesses sítios encontram outras formas de poderem extorquir.” Apesar de ser um fenômeno frequente, Macaringue disse que deve ser combatido e os infractores devem ser responsabilizados.

O General na Reserva falava num workshop alusivo à passagem dos 60 anos do início da Luta de Libertação Nacional e celebração do Dia das Forças Armadas de Moçambique.

Partilhe

RELACIONADAS

+ LIDAS

Siga nos