Fim da estação. Ponto final a uma ligação de 15 anos. Os gémeos Orlando “Nando” e Ermelindo “Mindo” Novela, durante década e meia fiéis ao seu “metier”, trocam agora a zona baixa da capital do país por Chiveve, onde se lhe espera uma melhoria contratual relativamente a que lhes foi oferecida pelos campeões nacionais.
Aliás, e de resto confirmado por fonte do clube, os valores exigidos pelos internacionais moçambicanos para a renovação dos respectivos contratos, expirados em Novembro, foram considerados incomportáveis pelo Ferroviário de Maputo.
Agora, o futuro passa por um rival cuja operação de charme para a sua contratação foi “abortada” há uma temporada.
Os atletas assinaram um contrato válido por três temporadas e mais uma de opção, sendo que a sua cláusula de rescisão foi fixada em USD 50, 000 (cinquenta mil dólares norte americanos).
O “País” sabe que a inscrição de Orlando “Nando” e Ermelindo “Mindo” Novela já deu entrada na Associação Provincial de Basquetebol de Sofala, que remeteu a mesma a Federação Moçambicana de Basquetebol (FMB).
Os gémeos abraçam um novo desafio depois de terem conquistado vários títulos de campeão nacional e da cidade, desde que ascenderam aos seniores no Ferroviário de Maputo.
O último dos quais foi o ano passado, quando o Ferroviário de Maputo derrotou o Costa do Sol por 3-0 no “play-off” a melhor de cinco jogos da final da Liga Moçambicana de Basquetebol Mozal.
Os “locomotivas” venceram o jogo 1 por 93-76, no pavilhão da Universidade Eduardo Mondlane, e, no segundo embate, tiveram algumas dificuldades mais superaram o seu adversário com uma vitória por 94-87 em pleno pavilhão do Maxaquene. No pavilhão da UEM, a 11 de Agosto, confirmaram a sua supremacia com um triunfo por 86-68.
Em 2018, numa prova em que Orlando “Nando” Novela teve tudo para ser MVP, até pelas excelentes exibições, o Ferroviário de Maputo campeou com enorme classe. E de forma categórica ao bater o seu homónimo da Beira por 82-75 no terceiro jogo dos “play-off” da final da Liga Moçambicana de Basquetebol Mozal, a melhor de cinco jogos.
Categórico, o Ferroviário de Maputo nem sequer precisou chegar ao quinto jogo, até porque venceu o “play-off por 3-0.
Uma vez mais, com os gémeos Novela da darem o seu contributo, venceu o jogo 1 no pavilhão do Maxaquene por 81-76.
Depois, e ainda na “catedral” do basquetebol moçambicano, uma vitória por quatro pontos (72-69) colocou o Ferroviário de Maputo perto do título.
Em 2011, com apenas 20 anos e numa equipa treinada por Carlos Ibrahimo Aik, Ermelindo Novela foi campeão pelo Ferroviário de Maputo e saiu da prova com o troféu de jogador mais valioso, MVP.
Sete anos depois, ou seja, em 2018, voltou a ser distinguido MVP, mas desta feita, no Campeonato da cidade, além de ter sido considerado melhor marcador.
VEM AÍ LUIZ HERNANDEZ
No seu reinado, Beira foi tão feliz porquanto conquistou os títulos de campeão nacional em 2013 e 2014, quanto infeliz porque perdeu, de forma desastrosa, o seu reinado em 2015 para o Desportivo de Maputo então liderado pelo MVP Pio “Lingras” Matos.
Luiz Hernandez, “coach” que colocou o Ferroviário da Beira no olimpo do basquetebol moçambicano com reforço dos competentíssimos americanos Kejuan Johnson e Jeffrey Fanhbulleh, está de volta cinco anos depois.
O espanhol, que sucede da Nasir “Nelito” Salé, deverá ser apresentado, nos próximos dias, como treinador da equipa sénior masculino e coordenador do departamento de basquetebol.
Pesou, para esta opção, o facto do Ferroviário da Beira ter falhado a conquista do título na Liga Moçambicana de Basquetebol, prova na qual quedou-se na terceira posição após vencer a A Politécnica.
Mais: a proximidade e boas relações entre o recém-eleito presidente do Ferroviário da Beira, Valdemar Oliveira, e o espanhol Luiz Hernandez.
O Ferroviário da Beira garantiu, para já, a contratação do poste Lote Tonela, que na última temporada representou a A Politécnica, e Augusto “Gordo” Matos, que evoluiu no Costa do Sol.