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Gasolineiras negam queda do preço do combustível em Outubro

As gasolineiras dizem não haver condições para a queda do preço dos combustíveis este ano, até porque, segundo elas, seria mais razoável que subisse. A AMEPETROL diz ainda que, neste momento, o litro de gasolina devia custar 115 Meticais.

Na última sexta-feira, o ministro da Economia e Finanças, Max Tonela, apresentou-se optimista em relação ao futuro do nível geral de preços. Motivo para isso? É que, segundo o governante, para Outubro e Novembro, estava a ser projectada uma queda dos preços dos combustíveis em Moçambique.

Entretanto, as gasolineiras decidiram travar toda a euforia que se possa ter criado em consequência disso. Ademais, a Associação Moçambicana de Empresas Petrolíferas (AMEPETROL) entende que, em vez de se pensar em reduzir, o preço devia ser incrementado para alcançar os reais e actuais preços.

Segundo Ricardo Cumbe, secretário-geral da AMEPETROL, na verdade, “neste momento, para o gasóleo e para a gasolina, estamos a falar de acima de 100 Meticais”, o preço que devia ser praticado. Concretamente, Cumbe fala de 115 Meticais por litro de gasolina, “mas o Governo continua a fazer o exercício das compensações”. Sobre as compensações, vamos falar mais adiante, ainda neste texto.

Para já, importa recordar os motivos que levaram o ministro a dizer que havia espaço para a redução dos preços dos combustíveis. “A situação dos preços dos combustíveis líquidos, a nível internacional, estabilizou-se e está com uma tendência decrescente; já atingiu um pico de 120 dólares por barril, mas, neste momento, tem estado a ser negociado à volta de 95 dólares”.

As gasolineiras não ignoram o facto e dizem que pode “haver uma queda a nível da fonte, mas é preciso explicar que não se trata de uma queda que se possa manifestar automaticamente no preço de venda ao público aqui no país; por várias, entre elas a fórmula usada para a fixação dos preços, que é uma média ponderada”.

E é na base dessa média ponderada que as gasolineiras queriam ter aumentado os preços desde Outubro do ano passado, porém o Governo negou, prometendo compensar pelas perdas. Tal não aconteceu e acumularam-se dívidas, que, a estas alturas, “já perdemos a conta; podemos dizer que o valor é avultado; a última vez em que contabilizámos, estávamos nos mais de 150 milhões de dólares”, recordou Cumbe.

Este não é um compromisso que o Governo não conheça. Há alguns meses, o mesmo ministro da Economia e Finanças disse que, não havendo dinheiro no tesouro para pagar as compensações, seria recuperada uma estratégia do passado. A estratégia passa por manter o preço alto, mesmo quando houver espaço para baixar para, assim, compensar as gasolineiras pelas perdas.

Para todos os efeitos, o preço do barril, a nível internacional, está em queda desde o início deste segundo semestre, e há estudos, embora não unânimes, que indicam que, até ao fim do ano, o preço vai estar abaixo dos 70 dólares por barril, depois de ter atingido, este ano, um máximo de 120 dólares.

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