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Funcionários da Migração também foram torturados na mina de ouro no Zimbabwe

Foto: O País

Afinal, os sete funcionários da Migração de Manica foram também torturados por agentes de segurança da mina de ouro, onde alegadamente pretendiam extorquir cidadãos chineses. Os mesmos já haviam denunciado a sua retenção no local.

É um caso que ainda vai fazer correr muita tinta. O “O País” teve acesso ao relatório do comando distrital da PRM de Manica sobre os factos ocorridos numa mina de ouro no Zimbabwe, culminando com a retenção de sete funcionários da Migração.

O documento refere que, no passado dia 14 de Junho de 2024, no período compreendido entre as 9h00 e as 14h00, uma equipa multidisciplinar composta pela Polícia de Protecção, Polícia de Fronteira, SERNIC e Migração “deslocou-se ao Posto Administrativo de Machipanda, localidade de Maridza, povoado de Nhamucurara, com o intuito de aferir as reais causas que levaram à tortura dos membros do SENAMI por agentes de segurança privada pertencentes à empresa PREMSES PROTECTED BY SAVALI, que se dedica à exploração de minérios”, lê-se no documento.

Ainda de acordo com o documento, os funcionários foram retidos por terem entrado na mina sem autorização. Mas também foram brutalmente torturados. “O chefe de segurança já foi identificado e explicou à comitiva que, no referido dia, os membros do SENAMI se fizeram à mina e, à sua chegada, solicitaram que abrissem a cancela, pedido este não aceite. Seguidamente, um dos membros do SENAMI não identificado, na presença do segurança, abriu a cancela, o que possibilitou a entrada dos membros ao recinto.”

Os agentes do SENAMI, refere ainda o relatório, foram depois algemados  pela equipa de segurança da mina.

“Questionou ao segurança sobre a existência de cidadãos de nacionalidade chinesa na mina. Indignado com os factos anteriormente descritos, o responsável pela segurança accionou o alarme, como forma de alertar os demais trabalhadores. De seguida, como forma de garantir a segurança, optou-se por algemar os membros do SENAMI, com vista a inteirar-se da presença deles naquele recinto, uma vez que a sua entrada não foi permitida.”

O documento confirma, ainda, que os factos ocorreram do lado zimbabweano, há quatro quilómetros do marco EN6, uma via que delimita a fronteira entre Moçambique e Zimbabwe. Perante os factos, a comissão de inquérito concluiu que “houve excesso de zelo por parte dos seguranças da mina e que os membros do SENAMI se fizeram ao recinto da mina que se localiza no território zimbabweano”.

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