A Frelimo pede às autoridades para “aperfeiçoar” o combate aos raptos, uma vez que este mal tem sido cada vez mais crescente no país e até ao momento, sequer um mandante foi apresentado. O pedido foi feito esta sexta-feira durante a 31.ª sessão ordinária da comissão política do partido.
Segundo, cita a DW, o pedido foi emitido pela Comissão Política da FRELIMO através de um comunicado, após a reunião, que foi presidida pelo presidente do partido, Filipe Nyusi.
“A Frelimo reitera a sua profunda inquietação no que toca o crime de raptos, com maior incidência na cidade de Maputo, e encoraja as autoridades competentes a continuarem a aperfeiçoar mecanismos na busca de soluções, face a estes crimes, que afectam o sossego das famílias e compromete as iniciativas que concorrem para o desenvolvimento socioeconómico de Moçambique”, lê-se.
O pedido do partido para o aperfeiçoamento dos mecanismos do combate aos raptos, reforça a recente exigência do Presidente da República para a apresentação pública de pelo menos um mandante dos raptos, dos pronunciamentos do Ministro do Interior, que considera leve a moldura penal dos raptos e dos pedidos da Confederação das Associações Económicas (CTA), que revelou recentemente que nos últimos 12 anos, 150 empresários foram raptados e mais de 100 abandonaram o país.
Apesar dos tantos apelos para a erradicação dos crimes de rapto, a Procuradoria Geral da República (PGR) e a Polícia da República de Moçambique, também, em junho passado, revelaram que enfrentam dificuldades de resposta sob o pretexto de que “este tipo de crime é sofisticado”.
Com alguma razão, a sofisticação dos raptos tem vindo a se revelar constante, principalmente no centro da cidade capital, onde entre os dias 19 e 21 de Junho, ou seja, em menos de 72 horas, dois empresários foram vítimas de rapto, assim como também, a CTA teria confirmado mais uma tentativa de rapto no dia 25 do mesmo mês.
Sem apresentar resultados concretos, pelo menos para os últimos dois casos, o Serviço Nacional de Investigação Criminal desmantelou um cativeiro dos raptores no bairro Tchumene, na Matola disse que suspeita que os criminosos sejam sul-africanos.
De 2011 até ao momento foram detidos 288 suspeitos do crime de raptos, contudo nem mandante ou executor foi apresentado.
Recorde-se que a Polícia da República de Moçambique em 2021 a Brigada Anti-Raptos, uma força mista para responder aos raptos e ao terrorismo no país.