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Frelimo diz ser de paz e oposição condena tumultos na marcha em homenagem a Azagaia

Foto: O País

Os três principais partidos políticos do país falaram sobre a força policial para boicotar a marcha em homenagem ao músico Azagaia. A Frelimo diz que é um partido de paz e contra todo o tipo de violência. Já a Renamo considera que houve uso abusivo da Polícia para violar os direitos dos cidadãos, e o MDM chama o acto de exibição do terrorismo de Estado.

Os partidos políticos com assento na Assembleia da República manifestaram, esta segunda-feira, o seu posicionamento em relação à violência policial usada para inviabilizar uma marcha, convocada como pacífica, em homenagem ao músico Azagaia.

A Frelimo diz que acompanhou o desenrolar dos factos e afirma que é um partido de paz e contra todo o tipo de violência.

“A Frelimo é contra todas as formas de violência. Nós somos um partido de paz e tudo que é violência para nós tem que ser analisado, mas também projectamos um país de ordem. Então, é preciso deixar as instituições fazerem o seu trabalho e averiguarem como as coisas aconteceram, mas nós somos um partido de paz e vamos continuar a trabalhar pela paz e, através de plataformas de diálogo, eu acredito que, independentemente da dimensão, as divergências devem ser resolvidas através dessas plataformas”, afirmou Celso Correia, membro da Comissão Política da Frelimo.

A segunda maior força política do país, a Renamo, considera a actuação das Forças de Defesa e Segurança um duro golpe à democracia.

“Assistimos a um uso abusivo da Polícia pelo Governo da Frelimo, violando o consagrado no artigo 51 da Constituição da República e da Lei número 7/2001 de 7 de Julho, ao impedir a realização de manifestação pacífica que, nos termos da lei, não carece de autorização”, recordou Ossufo Momade, presidente da Renamo.

Assim, entende Ossufo Momade, “a Polícia tinha o dever de proteger a população, mas começou a disparar de forma indiscriminada contra os manifestantes. Ouviam-se tiros, viam-se agressões brutais, gritos de desespero dos manifestantes, uso de armas de forma desproporcional, incluindo perda de vidas humanas”.

Já o Movimento Democrático de Moçambique entende que a actuação da Polícia contraria a agenda do país no Conselho de Segurança das Nações Unidas. “Ao impedir a realização destas marchas, não é resolver o problema ou eliminar a vontade popular de realizar marchas ou manifestações. Foi, sim, exibição de um terrorismo de Estado que deve ser combatido em todas as suas dimensões”, condenou Lutero Simango, presidente do Movimento Democrático de Moçambique.

Dos tumultos, houve registo de cerca de 20 feridos, entre graves e ligeiros.

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