Emmanuel Macron recusa-se a abandonar o poder, após a queda do Governo de Michel Barnier, e acusa a extrema-direita e a extrema-esquerda de se unirem a uma causa anti-republicana. Macron promete nomear em breve um novo primeiro-ministro.
Sem margem para convocar novas eleições legislativas, Emmanuel Macron tem pela frente uma tarefa complicada, que é indicar o novo chefe do Governo.
Como era de se esperar, Michel Barnier não resistiu a moção de censura e caiu depois de 331 votos a favor da despromoção do seu Governo, facto que a França não assistia desde 1962.
Em uma comunicação à nação, o presidente Francês acusou os deputados da extrema-direita e a extrema esquerda de serem antipatriotas e de estarem a promover desordem e avisou que vai permanecer no poder.
“O mandato que me confiaram, democraticamente, é um mandato de cinco anos e irei exercê-lo integralmente até ao seu fim. A minha responsabilidade passa por garantir a continuidade do Estado, o bom funcionamento das nossas instituições, a independência do nosso país e a proteção de todos vocês”, disse Emmanuel Macron.
Michel Barnier e seus ministros permaneceram no poder por três meses e deixaram um vazio que deve urgentemente ser estancado. Macron diz que vai em breve nomear um novo primeiro-ministro, que lidere um Governo de unidade nacional.
“Vou nomear um primeiro-ministro nos próximos dias. Vou pedir a essa pessoa que crie um governo de interesse nacional. Esse primeiro-ministro irá formar um governo unido ao vosso serviço”, acrescentou.
Com a discussão do orçamento de Estado a ir ao debate na próxima semana, Macron já enfrenta protestos na rua. Mais de duzentas mil pessoas saíram à rua, das quais trinta mil na capital Paris. O Presidente francês foi eleito em 2017 e reeleito em 2022.