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Fraca prevenção aumenta casos de corrupção no centro do país

A Procuradora-Geral da República, Beatriz Buchili, diz que está preocupa com a subida permanente dos casos de corrupção. Este facto, de acordo com a magistrada, que falava na Beira onde se encontra em visita de trabalho desde esta segunda-feira, pode estar directamente relacionado com uma percepção básica sobre o que é a corrupção no seio dos funcionários do Gabinete Central de Combate à Corrupção, o que contribui para um fraco trabalho de prevenção.  

“Sei que há cidadãos que vão corromper os funcionários do município para terem um DUAT e quando não o conseguem recorrem à imprensa onde vão dizer que foram burlados, e a comunicação social escreve…”sim, um cidadão foi burlado…” Não é isso. Estes cidadãos são corruptos, tal como o funcionário que esteve envolvido no esquema. Não podemos tolerar que a nossa sociedade seja corrupta. Parte da comunidade e dos funcionários do gabinete anti-corrupção têm um entendimento básico do que é corrupção”. 

Para Beatriz Buchili, a solução não é recorrer a palestras sobre combate à corrupção em diferentes instituições ou no seio das comunidades, tal como tem sido feito actualmente. Para a magistrada, a solução passa pela mudança de atitudes na componente preventiva.

Buchili mostrou-se, igualmente, preocupada com a falta de condições para a prevenção e combate à corrupção nos sectores do Estado, tal como foi orientado pelo Chefe do Estado.

“E o Presidente ainda exortou para serem criadas condições para que estes sectores funcionem na prevenção e combate à corrupção. Ma quando nós articulamos com os órgãos internos destes sectores que devem combater à corrupção, dizem que não tem condições para fazerem à prevenção. Estamos, neste momento, a falar com os governos locais e centrais para criarem ou reforçarem o orçamento destes sectores”.      

A Procuradora-Geral da República falava num encontro com os funcionários do Gabinete Central de Combate à Corrupção, onde a tónica foi a falta de magistrados em toda a zona centro, onde as necessidades estão abaixo da metade. “É verdade que não se pode fazer a componente preventiva e repressiva com escassez de magistrados. Tomamos nota e a solução passa por reforçar os magistrados. Mas lembrem-se que reforçar magistrados é sinónimo de criarmos condições para que a gente traga esses magistrados. É um desafio”.

Na zona centro do país, os número de casos de corrupção envolvendo funcionários públicos continuam a subir, com o registo de cerca de 250 casos nos últimos 12 meses.

Refira-se que para este ano a prioridade da PGR passa pela prevenção e combate à corrupção, crimes ambientais, assim como crimes económicos e financeiros.

 

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