Foram hoje a enterrar em Maputo os restos mortais do actor Abdul Satar Selemane, mais conhecido por Muzaia, que perdeu a vida, sábado, aos 42 anos de idade, por razões ainda não esclarecidas.
Familiares, colegas de trabalho, amigos e fãs marcaram presença, na manhã deste domingo, na mesquita Chadulia, na Cidade de Maputo, para participar do velório de Muzaia. A família diz que ainda não são conhecidas as causas da morte do actor, mas as suspeitas recaem para hipertensão, doença que o acometia já há algum tempo.
“Até aqui, não sabemos o que aconteceu com ele, nem temos informações. Ultimamente, ele tinha problemas de hipertensão, o que fazia com que não trabalhasse bem. Ao gravar uma novela, teve que parar para ir a uma clínica, mas recuperou-se. Depois, voltou às gravações”, contou Rachid Suleimane, pai do actor.
Como que uma profecia, Muzaia partilhou, recentemente, um vídeo, em que canta uma música cujo coro refere que “Quem vai morrer não se despede; é como que ir à África do Sul ilegalmente”.
Os colegas de trabalho Sílvia Mendes, Olivia Chaly e Dadivo José descrevem a partida precoce do actor como um golpe para o mundo das artes, bem como para a sociedade.
“Foi o meu colega há mais de dez anos, fizemos vários trabalhos juntos. Até ontem (sexta-feira), estávamos a gravar uma telenovela juntos…era o meu parceiro directo.”
“É um golpe para nós e para a cultura no geral. Estávamos ainda a tentar recuperar-nos da tragédia desta semana [morte de Azagaia] e aparece-nos mais esta; só posso mesmo dizer que isto é um golpe.”
Abdul Satar Selemane destacou-se em várias obras teatrais e cinematográficas e morreu numa altura em que estava envolvido em vários projectos. Muzaia deixa três filhos.