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FMI anuncia USD 40 biliões para adaptação às mudanças climáticas e África tem prioridade

Foto: rfi

É o primeiro mecanismo do Fundo Monetário Internacional de longo prazo – cerca de 20 anos – com dez anos e meio de período de maturação da dívida – destinado à adaptação às mudanças climáticas. Kristalina Georgieva, directora-geral do FMI, diz que é momento de criar resiliência em África.

Os países africanos têm à sua disposição um fundo orçado em 40 biliões de dólares para financiar iniciativas de aceleração da resiliência aos efeitos das mudanças climáticas. O valor foi anunciado, segunda-feira, pela directora-geral do Fundo Monetário Internacional, Kristalina Georgieva, na Cimeira de Adaptação de África, organizada pelo Centro Global de Adaptação às Mudanças Climáticas.

A instituição de Bretton Woods, que já tinha lançado, em Março passado, o alerta global de que os países mais pobres precisam de apoio para se adaptar às mudanças climáticas, decidiu avançar para uma medida mais concreta. “Temos um instrumento de financiamento para colocar o nosso dinheiro onde a nossa atenção está: o Resilience and Sustainability Trust. Agora é de USD 40 biliões”, anunciou a mulher que lidera a organização internacional, pertencente às Nações Unidas. “Nossa missão é usar esse dinheiro para apoiar os países a despertar o potencial do financiamento privado. Então, o meu sonho é que os 40 biliões de dólares gerem 400 biliões em financiamento para adaptação e mitigação em nossos países membros”, acrescentou.

Nas maiores economias, que coincidentemente são os países mais poluidores, a prioridade é minimizar ou reduzir os danos ou efeitos negativos das mudanças climáticas, enquanto nos países mais vulneráveis aos desastres naturais, incluindo Moçambique, “o foco está na adaptação”. Adaptar-se às mudanças climáticas significa acomodar-se ou ajustar-se. Dito de outra forma, é aprender a conviver com o problema.

“Este é o primeiro instrumento do FMI com longo prazo – 20 anos – e longo período de maturação – 105 anos. Esperamos avançar, rapidamente, com vários desses países africanos, pois agora temos essa capacidade financeira para ser uma força positiva na adaptação”, assumiu a dirigente, adiantando que o Plano de Aceleração da Adaptação Africana será um dos mecanismos para garantir alinhamento. “Cooperar com os outros é uma ‘obrigação’ se quisermos ter sucesso”, disse.

 

RESILIÊNCIA É IMPORTANTÍSSIMA PARA ÁFRICA

Na sua intervenção perante dirigentes africanos de sectores ambientais, Kristalina Georgieva justificou a prioridade que é dada ao continente na aplicação dos 40 biliões de dólares no fundo. “Quando se trata da crise climática, todos sabemos que África contribuiu menos para o fenómeno, mas sofre mais com suas consequências”.

Na verdade, para o FMI, explicou Georgieva, contribuir para a criação de resiliência em África é uma forma de garantir “estabilidade macro-económica e financeira, crescimento e emprego. Não podemos mais cumprir essa missão a menos que adoptemos esse conceito abrangente de resiliência”.

Além da componente de infra-estruturas, o FMI entende que ser um país resiliente às mudanças climáticas passa também por “olhar para a protecção social e os gastos sociais em nossos países membros e garantir que estejam protegidos. Isso significa que devemos olhar para as decisões de investimento e ter certeza de que elas são resilientes”.

O FMI considera-se, hoje, uma instituição importante na luta contra as mudanças climáticas.

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