O processo de Desarmamento, Desmilitarização e Reintegração (DDR) dos guerrilheiros da Renamo poderá ser concluído em finais de 2022, segundo o Embaixador da União Europeia (UE) no país, Antonio Sánchez-Benedito.
Após uma paralisação por alguns meses, o processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração dos homens armados da Renamo retomou em Junho do ano passado, na província de Sofala. De lá a esta parte, o processo tem sido lento, pondo em causa o cronograma previamente estabelecido pelos signatários e parceiros.
A demora que se verifica no processo foi agravada pela pandemia da COVID-19, que limitou os recursos financeiros que têm sido relatadas pelas partes no dossiê. Porém, o Embaixador da União Europeia é optimista e garante que tudo está bem encaminhado.
“O processo está a correr bem, em contextos gerais, vimos, desde o acordo de paz de Maputo em 2019, grandes avanços no DDR. Eu sou muito optimista, o processo é complexo, acho que Moçambique está a sair-se bem”.
Benedito avança que dos cerca de 5.520 antigos guerrilheiros da Renamo a serem desarmados e reintegrados na sociedade, já foi desmobilizada uma parte e, pela forma como decorre, “até finais do próximo ano, o processo estará finalizado”.
Entretanto, apesar da evolução, a fonte revela que há dificuldades no processo, uma das quais financeiras, pelo que se pondera apoio para a sua concretização.
“Estamos muito engajados em apoiar este processo e, no que diz respeito à União Europeia, estamos a disponibilizar um pacote de mais de 60 milhões de euros, sendo que uma parte será canalizada para apoiar o processo de DDR e outra parte para apoiar as comunidades afectadas pelo conflito militar por forma a criar oportunidades de emprego e outras actividades para geração de renda”, detalhou o diplomata.
Sobre a Junta Militar da Renamo, liderada por Mariano Nhongo, acusada de protagonizar ataques em Manica e Sofala, desde 2019, em contestação à liderança de Ossufo Momande, o embaixador disse que o processo de DDR é inclusivo e abre espaço para todos.
“São todos chamados para fazer parte do processo e nós apoiamos o Governo de Moçambique a encorajar todos os homens (da Renamo) a fazerem parte do processo”, sublinhou.
O processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração já decorreu em nove bases, das quais seis estão totalmente encerradas, nas províncias de Sofala e Inhambane. Nos próximos dias, o processo poderá abranger a província de Tete, com a desmobilização de cerca de 500 guerrilheiros.