O partido Frelimo diz que o fim do processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração dos guerrilheiros da Renamo, celebrado ontem, representa uma nova etapa na política e social do país. A Renamo tem a mesma posição, entretanto recorda que ainda falta a reintegração e o pagamento de pensões aos desmobilizados.
Os membros do partido Frelimo na Matola saíram à rua, este sábado, para celebrar o fim do processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração dos guerrilheiros da Renamo, (DDR).
Os mais de 300 membros do partido no poder que marcharam falaram da importância do fim do DDR para a paz no país.
“Acabou de fechar um processo importante para todos os moçambicanos, o que significa que independentemente das nossas diferenças, encontramos um espaço em podemos viver em paz”, disse a Chefe da brigada provincial da Frelimo na Matola, Leonor Mondlane.
“O passo a seguir é os nossos irmãos se integrarem e conviermos juntos, normalmente, afinal eles são também moçambicanos como nós”, considerou outra membro do partido, Paula Jacote.
O cortejo partiu do bairro Infulene, no ponto de paragem conhecido como “ Coca-cola” até ao monumento Samora Machel no bairro da Machava.
Na Cidade de Maputo, a manhã de sábado também foi de celebração do fim do processo de DDR mas desta vez, dos membros do partido Renamo.
Os membros desta coligação partidária também mostraram-se alegres e satisfeitos pelo marco alcançado na última sexta-feira.
O deputado da Renamo, Venâncio Mondlane, reafirmou que o partido já está totalmente desarmado.
“Nós cumprimos com todas as obrigações, tanto políticas, como militares referentes ao DDR. Com a entrega das últimas armas, a Renamo se apresenta como um partido genuinamente político”, disse Mondlane.
O deputado acrescentou que a Renamo que a única guerra que Renamo quer agora é a de “ discussão de ideias, de propostas de políticas públicas, de confronto de ideias”.
Do Governo, o partido de Ossufo Momade exige a conclusão da reintegração e o pagamento de pensões dos ex-guerrilheiros, segundo Hermínio Morais.
Apelamos ao governo e a sociedade internacional, DDR não pode parar por aqui. Falta ainda a reintegração e as pensões dos militares, porque só assim teremos uma paz definitiva.
O maior partido da oposição no país reagiu igualmente às eleições distritais.
“O que o presidente fez, chamar os presidentes do partidos e criar condições para que sejam os partidos a decidirem sobre as eleições distritais no país é o que deveria ter feito no início. Este diálogo sobre descentralização deve terminar antes da primeira secção do próximo ano”, disse António Muchanga, Deputado da Renamo.
Esta sexta-feira, o Presidente da República anunciou que, na próxima semana, será conhecida a comissão que vai reflectir, durante dois anos, sobre o processo de descentralização em implementação no país.