O Presidente da República, Filipe Nyusi, disse, esta quarta-feira, que a movimentação de terroristas em Cabo Delgado tem em vista o recrutamento de crianças e jovens, num exercício que considerou frustrado.
Nyusi, na qualidade de comandante-chefe das Forças de Defesa e Segurança, reuniu-se com as chefias militares da SADC e do Ruanda para se inteirar do ponto da situação de prontidão combativa.
Filipe Nyusi considera que os terroristas, nas suas incursões, tentaram, sem sucesso, recrutar a população para as suas fileiras.
“Estavam em Mucojo, e estavam a seguir para Metuge e Chiúre. Não conseguiram fazer recrutamento, porque a consciência das pessoas cresceu. Os nossos colegas das Forças de Defesa investigaram. Eles queriam levar crianças e jovens, mas não foram felizes. A acção das FDS impediu que conseguissem também recrutar. A coisa segura é que não conseguiram recrutar”, disse Filipe Nyusi.
Filipe Nyusi reconheceu, falando à imprensa, haver um “número considerável de deslocados, decorrente da nova vaga de ataques terroristas em vários distritos de Cabo Delgado.”
“Há número significativo de pessoas que mudam de uma zona para outra. Mesmo aqueles que saíram há muito tempo já estabilizaram as suas vidas. As pessoas não podem ficar infinitamente à espera de apoio. Vi uma reportagem de uma senhora que está a produzir, e muito bem”, frisou.
O chefe de Estado falou ainda do problema de transitabilidade em alguns distritos de Cabo Delgado que ficaram isolados devido à chuva. “Vimos que existe dificuldade de comunicação com Quisanga, mas a população está a fazer esforços. Juntos, estamos a fazer a engenharia para ver como corrigir esta situação. Saudamos os esforços no âmbito do combate à cólera. As pessoas inventam mensagens difíceis, mas estas sabem proteger-se.”
Nyusi fez-se acompanhar, nesta visita, pelo ministro da Defesa, Cristovão Chume; ministro das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos, Carlos Mesquita; ministro dos Transportes e Comunicações, Mateus Magala; e pela presidente do Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD), Luísa Celma Meque.
O Presidente da República elogiou, por outro lado, os órgãos de governação de Cabo Delgado pelo seu desempenho, apesar dos desafios colocados. “Escolhemos quatro áreas com representação do Governo provincial, tal como a segurança, e como estão a gerir época chuvosa, isso tem como consequência o apoio humanitário. Estas coisas têm condicionalismo para o desenvolvimento”, disse Nyusi, para depois acrescentar que “aqui está a chover, temos inundações e num cenário em que há limitações. Mas a província apresentou um crescimento de 10%”, destacou Nyusi.