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Figo: o artilheiro orgulhoso de Moçambique

Foto: FIFA

A selecção nacional de futebol de praia marcou 15 golos no Mundial da Rússia, em três jogos, o que dá uma média de cinco golos por jogo, tendo sofrido 18, com média de seis golos por jogo. Dos 15 golos da selecção nacional na Rússia, quase metade foi apontada pelo mesmo jogador, António José Pedro Namape, conhecido nos areais da praia como Figo.

Figo marcou quatro golos na vitória de Moçambique diante dos Emirados Árabes Unidos, por 4-2, e outros três na derrota diante da Espanha, por 4-8.

Na derradeira partida, não marcou nenhum golo, mas ficou com a marca de melhor marcador do combinado nacional, seguido por Nelson, que apontou cinco golos, sendo dois diante da Espanha e outros três frente a Taiti.

À FIFA.com, Figo concedeu uma entrevista, tendo falado da estreia de Moçambique num campeonato do mundo e para os planos para o futuro.

“Estou muito feliz, mas devo dizer que isso é melhor do que qualquer coisa que eu poderia ter imaginado”, disse Figo ao FIFA.com, após a brilhante prestação.

O jogador moçambicano disse estar feliz por ter apontado tantos golos que ajudaram a selecção a ter uma participação digna e com esperanças numa qualificação aos quartos-de-final. “Eu esperava marcar alguns golos, mas tive sorte”, disse Figo, que conquistou sua primeira internacionalização na preparação de Moçambique para o torneio. “Você treina para coisas assim. É meu trabalho, mas marcar sete golos em dois jogos é algo que nunca sonhei em fazer”, disse, visivelmente emocionado.

Pelos golos marcados, Figo foi coroado com duas bolas de fósforo. E já tem destino para elas: “os dois vão para o meu quarto. Sou o primeiro jogador de Moçambique a marcar sete golos em um Campeonato do Mundo! Acho que vou acabar dormindo com eles”, disse aos risos ao FIFA.com.

 

DA RUA PARA A AREIA

A carreira de Figo no futebol de areia começou quando tinha 20 anos e vivia em Maputo, a capital do país. E foi com amigos que tudo começou, tal como ele mesmo conta. “Sempre joguei futebol de rua, mas alguns amigos me perguntaram se eu queria jogar futebol de areia e foi aí que tudo começou. Eu gostei, fui localizado e continuei com isso”, revelou, orgulhoso, contando ainda a história do seu apelido, Figo: “quando joguei no meu bairro, tinha uma camisola de Portugal com o nome do Figo. Eu costumava fazer muitos golpes e truques com a bola, então eles começaram a chamar-me assim. E pegou”.

Aliás, não é por acaso que adoptou o apelido de Figo, estrela do futebol português, até porque, através das redes sociais, acabou por fazer uma auto-comparação e descobriu semelhanças. “Eu assisti a muitos de seus vídeos e, realmente, identifico-me com a maneira como ele joga. É por isso que estou feliz que o nome pegou”, disse.

A finalizar a entrevista, o camisola 9 da selecção de moçambique revelou aquilo que eram os objectivos traçados no início, nomeadamente ultrapassar a fase de grupos. Estávamos focados nisso e gostaria de acreditar que tivesse acontecido”, disse.

Entretanto, o sonho acabou por cair aos pés de Taiti, ficando a lição e a experiência de muito e melhor fazer nas próximas competições.

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