Nelson Santos é um dos três treinadores com os quais o Ferroviário de Nampula está em avançadas negociações para suceder a Chaquir Bemat, despedido em Maio último por alegados maus resultados no Moçambola.
Um arranque em falso, com quatro derrotas e apenas uma vitória no Moçambola-2021, precipitaram aquela que foi a segunda “chicotada psicológica” na prova-mor do futebol moçambicano.
Chaquir Bemat bem tentou mas cedeu a pressão no “santuário”. Ao cabo de cinco jornadas, foi afastado do cargo de treinador do Ferroviário de Nampula, deixando os “axinenes” no fundo da tabela classificativa na altura com três pontos.
Com o Moçambola interrompido e aberta a janela de inscrições de inverno, há que arrumar a casa, começando naturalmente pela contratação de um novo treinador.
E, de um leque de três treinadores que estão em negociações com o Ferroviário de Nampula, Nelson Santos está na linha da frente.
A direcção do clube deixou claro que ainda não há preto no branco, mas que existem contactos com três figuras, escusando-se de falar de outros nomes.
Seja como for, na sua folha de serviço, Nelson Santos conta com passagens pelo Costa do Sol, porta de entrada para o futebol moçambicano, em 2015, sagrando-se vice-campeão nacional. Nessa época, polémica, diga-se, o campeonato foi decidido apenas na última jornada com o Ferroviário de Maputo a campear em Nampula quase nos últimos minutos do campeonato.
Santos sucedeu a Diamantino Miranda, treinador que foi expulso do país pela antiga ministra do Trabalho, Helena Taipo, ainda no decurso do Moçambola.
Dois anos depois, ou seja, em 2017, Nelson Santos voltou a orientar os “canarinhos” levando à equipa ao segundo lugar no Moçambola, numa disputa com a União Desportiva do Songo.
Mas não foi uma época de todo má, porquanto conquistou a Taça de Moçambique. Não se entendeu com o então voluntarioso presidente do Costa do Sol, Amosse Chicuálacuala, abandonando o clube. Abraçou, na temporada seguinte, um projecto ambicioso do Ferroviário de Maputo liderado pelo engenheiro Sancho Quipisso.
Caso seja confirmado novo treinador do Ferroviário de Nampula, Santos tem a missão de tirar a equipa da zona de despromoção.
Nelson Santos já trabalhou na Belenenses SAD, Marítimo FC, Moura, todos em Portugal, Noggom FC do Egipto e, recentemente, Al Hilal do Sudão.
PERCURSO
No “Santuário” 25 de Junho, os “axinenes” entraram com o pé esquerdo no Moçambola. Diante da estreante e, porquê não dizê-lo, grande sensação da prova, Black Bulls o Ferroviário de Nampula perdeu por 2-1.
Na deslocação à Soalpo, na segunda jornada, o Ferroviário de Nampula voltou a perder, desta feita por um a zero.
Mais do mesmo na 3ª jornada da competição. Em casa, os “axinenes” caíram aos pés do campeão em título Costa do Sol com quem perderam por 1-0.
O cenário começava a ficar negro para Chaquir Bemat. Uma derrota (2-0) diante do homónimo de Lichinga, no Estádio Municipal, agudizou a crise de resultados nos “locomotivas” de Nampula.
Na 5ª jornada, veio a gota que fez transbordar o copo. A derrota do Ferroviário de Nampula em casa frente ao seu homónimo da Beira, por 1-2, viria a precipitar a saída de Chaquir Bemat.
Mesmo com a saída de Bemat, os resultados não apareceram. Na deslocação ao “canavial”, o Ferroviário de Nampula perdeu com o Incomáti por um a zero. Mathaus, aos 12 minutos, foi o autor do golo solitário dos açucareiros.
Na jornada 7, em Hanhane, Matola, uma goleada sofrida com a Liga Desportiva de Maputo (3-0) fez soar ainda mais o alarme no Ferroviário de Nampula que batia cada vez mais no fundo.
Porque sinuoso o percurso, o Ferroviário de Nampula não para além de um empate sem abertura de contagem.