O Presidente congolês, Félix Tshisekedi, pede que a comunidade internacional sancione o Ruanda pelo seu papel na desestabilização do seu país. O apelo foi feito esta quarta-feira, durante a Assembleia-Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque.
Durante o seu discurso, Félix Tshisekedi alertou que o ressurgimento do Movimento 23 de Março, conhecido também como M23, supostamente apoiado pelo Ruanda, provocou uma crise humanitária sem precedentes e que mais de 7 milhões de pessoas na República Democrática do Congo estão deslocadas devido aos combates.
O governante denunciou o que chamou de uma violação grave da soberania nacional congolesa. Por isso, apelou às Nações Unidas para reforçar a implementação das recomendações da coligação global contra o Estado Islâmico, da qual a RDC é membro, e lamentou o facto de o terrorismo estar a criar raízes em África.
O gabinete da Human Rights Watch no Quénia disse que desde o início de 2024, o exército ruandês e o grupo armado M23 têm bombardeado indiscriminadamente campos de deslocados internos e outras zonas densamente povoadas perto de Goma.
A Organização afirma ter documentado também cinco ataques flagrantemente ilegais em que civis foram atingidos por fogo de artilharia ou foguetes e cita de forma particular o exemplo de um ataque que fez 35 mortos no dia 3 de Maio, no campo de Mugunga.
Os Estados Unidos tinham acusado as forças armadas do Ruanda e o M23 de estarem por detrás do tiroteio, uma acusação descrita por Kigali como ridícula e absurda.
Mas, enquanto Kinshasa, Estados Unidos e a França acusam regularmente o Ruanda de apoiar o M23, o Conselho de Segurança da ONU limitou-se até agora a condenar o apoio militar estrangeiro dado ao M23.