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Feira do Livro de Maputo vai homenagear Mia Couto

Foto: Sábado

A 9ª edição da Feira do Livro de Maputo, marcada para os dias 27 e 29 de Julho, vai ser dedicada ao escritor Mia Couto.

A Feira do Livro incluirá conferências e debates com vários convidados ligados a Mia Couto e à literatura em língua portuguesa.

A Feira do Livro de Maputo é uma organização do Conselho Municipal de Maputo, em colaboração com várias instituições e destaca-se por homenagear escritores em vida bem como patronos homenageados a título póstumo.

Para este ano, o evento escolheu como patrono o precursor da poesia moçambicana, Rui de Noronha, que morreu ainda jovem. Tinha 34 anos, em 1943.

A organização revela que na edição deste ano, além do homenageado, estarão presentes em Maputo escritores e embaixadores dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), acreditados em Moçambique.

Para Cristina Manguele, coordenadora da Feira do Livro de Maputo, “a escolha tanto do patrono como do homenageado deve-se ao facto de estes terem escrito livros que são muito celebrados na literatura moçambicana, espelhando, de forma muito peculiar, a situação da segregação racial, negritude, moçambicanidade, guerra civil e o renascimento que se operou depois do fim dos conflitos”.

Mia Couto é considerado hoje um dos principais nomes da literatura em língua portuguesa. Com premiações nacionais e estrangeiras, publicações em diversos géneros e países, a sua obra é lida e estudada por um número significativo de pessoas ao redor do mundo.

“Atento ao trânsito de sua escrita e à potência do texto literário enquanto possibilidade de escuta do outro, a obra tanto do escritor homenageado, como do patrono, subverte silenciamentos da História e (re)elabora narrativas que representam sujeitos subalternizados, invisibilizados e estereotipados deste Moçambique”, lê-se na nota de imprensa que cita a directora dos Serviços Municipais de Arquivos e Bibliotecas, Cristina Manguele: “A homenagem prende-se pela observação quase imediata dos temas que apoquentam a sociedade moçambicana, a problematização de algumas questões pertinentes à História de Moçambique, e, com isso, ampliar o nosso olhar sobre a produção literária de Mia Couto e de Rui de Noronha, tentando compreendê-la no âmbito do processo de formação e internacionalização da literatura moçambicana”.

A opção por Mia Couto, avança a nota de imprensa, mais do que um simples reconhecimento, é mesmo a chave para a compreensão mais profunda do entretecer da narrativa e, principalmente, da natureza das suas personagens. As suas obras são traduzidas e publicadas em 40 países.

Além das conferências e debates, a realizar no Paços do Município e escolas secundárias, a Feira proporciona aos munícipes de Maputo a possibilidade de conhecer a vida e obra do escritor, através de material visível nas ruas, nos outdoors e nas redes sociais, incluindo frases e a biografia do escritor.

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