O Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC) já está a dar apoio a mais de 1.200 famílias que no último domingo ficaram sem tecto devido à destruição de suas habitações pelo vendaval, no distrito do Gurúrè, província da Zambézia.
Das 1.300 casas sacudidas pelo vendaval naquela vila autárquica, 350 ficaram completamente destruídas. No terreno continuam visíveis os rastos da destruição. Diversas infra-estruturas públicas e privadas não escaparam da força da intempérie. Um camião transportando diversos utensílios, lonas, tendas, rolos plásticos e fardos de roupa usada foi despachado para as zonas as vítimas aguardam pela ajuda.
O posto administrativo de Lioma, a 50 quilómetros da vila do Gurúè, também foi afectado pelas intempéries. Dados indicam que pelo menos 52 famílias ficaram sem tecto. Há 41 casas parcialmente destruídas e 11 completamente, de acordo com Milton Barbosa, chefe do Departamento Técnico no INGC na Zambézia.
“Notámos com satisfação que já existe um movimento de solidariedade às famílias. Também vamos dar a nossa contribuição, com mais enfoque para as famílias carenciadas que perderam quase tudo e que estão sem abrigo neste momento”, disse Nilton Barbosa.
O delegado do INGC na Zambézia, Nelson Ludovico, explicou ao “O País” que vários bens alimentícios foram enviados para Gurúè, o ponto mais assolado.
Além da destruição de 20 salas de aulas do ensino primário, a Escola Provincial da Frelimo – extensão de Gurúè ficou sem parte da cobertura devido à força do vento. Pelo menos 250 estudantes de cursos profissionalizantes estão sem instalações para os estudos.
Justino Francisco, responsável da extensão do Gurúè, disse vai procurar estabelecer parcerias com outros sectores, bem como articular com os pais dos alunos para minimizar o impacto da situação.
O tecto das instalações onde estão armazenadas as redes mosquiteiras de distribuição gratuita pelo sector da saúde também foi removido. Neste momento, o material está a ser transferido para outro local seguro.
O governador da Zambézia, Pio Matos, reuniu na manhã desta terça-feira com diversos sectores para avaliar dos estragos causados pelo vendaval. No encontro, a empresa Electricidade de Moçambique (EDM) disse que os distritos Mulumbo e Milange ficaram às escuras mas a situação tendia normalizar-se.