A Fábrica de Cimentos de Cabo Delgado está a produzir muito abaixo da sua potencialidade. O empreendimento tem a capacidade de produção de 1000 toneladas de cimento por dia, mas actualmente produz diariamente 300 toneladas.
Os gestores do empreendimento fabril afirmam que a redução na produção deve-se a baixa procura por cimento na região. A informação foi hoje avançada por Paulo Wang, um dos gestores da fábrica, no final de uma visita efectuada por uma comitiva do CTA à fábrica.
Paulo Wang espera que este cenário mude com o início da construção dos empreendimentos de exploração de gás natural na bacia do Rovuma. “Prevemos aumentar a produção de 300 toneladas por dia para 800 toneladas com a chegada os investimentos de oil and gas no distrito de Palma”, disse o gestor da fábrica.
A fábrica fornece cimento paras as províncias de Nampula, Niassa e Cabo Delgado. Wang explica que o cimento tanzaniano é o principal concorrente do nacional na região. Mas o cimento produzido em Cabo Delgado apresenta um preço mais acessível.
“O cimento por nós produzido tem ganhado muito campo. Quando chegamos à Palma, só se vendia cimento da Tanzânia, mas agora os clientes procuram pelo produto da nossa companhia. O nosso cimento é mais barato quando comparado ao tanzaniano, compram produto da nossa companhia”, explicou Wang.
A companhia de capitais chineses emprega 100 trabalhadores e trabalha directamente com 10 empresas nacionais. O empreendimento está localizado a 25 km da cidade de Pemba.
A comitiva da CTA, dirigida pelo presidente do Conselho Directivo, Agostinho Vuma, depois da visita à fábrica de cimento, foi conhecer as futuras instalações do hotel do grupo Osman. O empreendimento está avaliado em mais de 17 milhões de dólares e terá 100 quartos. A construção já está na sua fase final. Osman Yacob, proprietário do hotel, explica que o número de turistas tem reduzido muito nos últimos dias, mas tem esperança que a situação melhore com o início dos mega-projectos.
“Os níveis de ocupação que a hotelaria está a ter a nível da cidade de Pemba são muito assustadores. Estamos à espera que as coisas melhorem com a chegada dos grandes investimentos em Palma. Acreditamos que o fluxo de turistas e trabalhadores aumente”, disse Osman Yacob.
Segundo Gulamo Abubacar, presidente do Conselho Provincial Empresarial de Cabo Delgado, a visita aos empreendimentos empresariais visava auscultar as preocupações do empresariado. “Pretendíamos que o CTA pudesse sentir o pulsar do empresariado de Cabo Delgado. Queríamos ouvir em primeira instância quais são os obstáculos que as empresas vão encontrando no seu funcionamento. A auscultação directa do empresário faz parte das nossas acções para a melhoria do ambiente de negócios.
Estas visitas antecedem a realização do Fórum Regional Norte da CTA, marcado para amanhã. O Fórum visa monitorar os avanços e desafios nos processos de melhoria do ambiente de negócios e do desenvolvimento empresarial sustentável, a nível da província e da região, de forma sistemática e integrada. O encontro terá lugar na cidade de Pemba e juntará cerca de 200 participantes, incluindo das províncias de Niassa e Nampula.
A plataforma permite identificar os principais constrangimentos e sua resolução de forma proactiva e dinâmica, facilitada conjuntamente pelos sectores público e privado com o envolvimento do empresariado directamente interessado.