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“Falta de infra-estruturas de qualidade condiciona negócios”

O Presidente do Conselho de Administração do grupo Soico considera a falta de qualidade da rede de infra-estruturas, um dos factores que põe em causa o ambiente de negócios no país.
Daniel David vincou este posicionamento, durante o fórum empresarial de negócios África-Japão, que iniciou ontem e termina esta hoje.
“As infra-estruturas desempenham um papel básico e essencial para permitir que as empresas se envolvam e comercializem os seus produtos, sendo que a falta de infra-estruturas de qualidade representa um enorme desafio para o ambiente de negócios”, disse Daniel David, perante dezenas de empresários africanos e japoneses, de diversas áreas de actividade, que integraram um dos painéis temáticos do fórum.
Para o líder do grupo Soico, Moçambique, em particular, só pode tirar maior vantagem da sua estratégica localização geográfica, com fortes investimentos no desenvolvimento de infra-estruturas para alavancar e dar maior competitividade no mercado global.
“Num país como Moçambique, pelas suas características geográficas, nunca teremos um comércio competitivo a nível global, capacidade de atrair investimentos diversificados ou de assistir a um processo da industrialização da economia, se na base não tivermos infra-estruturas de qualidade”, observou.
Daniel David deu como exemplo, o transporte de contentores do porto de Leixões, em Portugal, para o porto de Nacala, na província de Nampula, que “é mais competitivo” do que a mesma operação de “Maputo para Nacala”.
Para a fonte, este é um dos exemplos que mostra o impacto que a rede de infra-estruturas tem para o empresariado e o ambiente de negócios no país.
“A falta de infra-estruturas de qualidade que nós temos, bem como as alternativas para o transporte e escoamento dos nossos produtos, contribuem, definitivamente, para a falta de incentivos ao investimento e da indústria”, disse, acrescentando que, “a infra-estrutura moderna é a sustentação de uma economia e a falta dela, inibe o crescimento económico”.
David destacou a importância de uma abordagem integral sobre a questão de infra-estruturas como suporte para um desenvolvimento sustentável e manifestou a convicção de que o Japão é um parceiro ideal para ajudar a desenvolver este sector.
“O Japão é um parceiro estratégico nesta parte da infra-estruturação da economia. Demonstrou isso em São Paulo (Brasil), quando desenvolveu toda a parte da indústria do agro-processamento e da agricultura e poderá transportar esses exemplos para Moçambique e apoiar o desenvolvimento do nosso país”, finalizou.

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