Estão atrasadas as obras de construção das portagens da estrada Circular de Maputo e há grande risco de os prazos definidos não serem cumpridos. Deviam começar a operar em Julho ou Agosto, mas os trabalhos estão longe do fim.
Desde que começaram as obras de construção das quatro portagens na estrada Circular de Maputo, nunca se soube quanto custam as infra-estruturas e muito menos os prazos para a conclusão dos trabalhos, porque em nenhuma delas (as portagens) foi colocada uma placa com tais indicações.
Mesmo sem esses elementos, o PCA da Rede Viária de Moçambique (REVIMO) tinha garantido que as portagens estariam em funcionamento entre os meses de Julho e Agosto, mas os trabalhos no terreno desmentem as palavras do responsável, pois ainda estão bem longe do fim.
Ninguém diz nada sobre esse problema que, na verdade, é característico de muitas obras do Estado – o incumprimento dos prazos. A Rede Viária de Moçambique, concessionária da estrada Circular de Maputo e ponte Maputo-KaTembe, nunca se mostrou aberta à imprensa para abordar assuntos referentes às obras das portagens, mas o certo é que faltam apenas duas semanas para o fim do prazo previsto pela Rede Viária e, até lá, resta-nos esperar pela conclusão das obras.
Mesmo sempre fechada à imprensa, a REVIMO viu-se obrigada a baixar a guarda e esclarecer sobre as taxas a serem aplicadas nas portagens e veio a público explicar que os automobilistas vão pagar apenas uma portagem e ser-lhes-á atribuída uma senha para livre acesso noutras. O valor a ser pago ainda não é conhecido, mas os automobilistas enaltecem a modalidade de pagamento.
“Se for para pagarmos apenas uma portagem, a iniciativa é bem-vinda, porque seria sufocante para nós pagarmos em todas as portagens”, disse Valentim Nhantumbo, utente da estrada Circular de Maputo, secundado por Valentim Vasco que acredita “ter havido um estudo de viabilidade para se chegar a tal conclusão”.
Contudo, há mais facilidades para os utentes considerados assíduos das portagens. Deverão ter um desconto de até 40% do valor a ser pago. “Isso vai aliviar-nos, porque nós somos utentes regulares dessa via. Então, pagar o mesmo valor todos os dias, seria insustentável”, assumiu Helena Afonso, utente da Circular de Maputo.
Aliás, esta iniciativa nem é nova em Maputo, refere David Mabote. “Isso é o que se faz em muitas portagens. O automobilista que usa as portagens com alguma regularidade recebe descontos nos valores que paga. As da província de Maputo e da KaTembe procedem dessa forma”, citou alguns exemplos o utente da circular.
Sobre o porquê de construir quatro portagens, sendo que será pago só numa, em entrevista ao “O País”, há alguns meses, o PCA do Fundo Nacional de Estradas disse que a ideia é captar o maior número possível de utentes da via, uma vez que a Circular de Maputo é aberta e tem muitos acessos.