Mais produção, mais vendas, mais parcerias, mais cooperação, mais exportações. São as pretensões óbvias de quem organiza e participa numa feita comercial, mas que na edição deste ano apresentam uma tónica vincada, se calhar, porque as empresas tentam reerguer-se da crise. Até ontem, quinto dia da Feira Internacional de Maputo (FACIM), os seminários eram orientados, quase todos, para o alcance destes objectivos
A abertura da 53.ª edição da FACIM, a 28 de Agosto deste ano, e após visitar os expositores nacionais e estrangeiros nos diferentes pavilhões, o Presidente da República, Filipe Nyusi, deixou garantias sobre os esforços do Governo para melhorar continuamente o ambiente de negócios no país, através da adopção de medidas que tornem fácil a realização de negócios e investimentos em Moçambique. “No âmbito da diversificação da economia, o nosso compromisso inclui, ainda, a promoção da industrialização, orientada para a modernização da nossa economia, aumento das exportações, bem como a cadeia de valor dos produtos primários nacionais, assegurando a integração do conteúdo local”, referiu o Chefe do Estado.
Filipe Nyusi reiterou o apoio do Governo às Pequenas e Médias Empresas (PME) como motor de desenvolvimento da economia nacional, mesmo porque as premiações deste ano foram destinadas a este segmento de empresas, que representam a quase totalidade do tecido empresarial nacional (98%) e que contribui em grande medida para a criação de novos postos de trabalho. A criação de um pavilhão exclusivo para as PME nacionais na FACIM é outro indicativo de que o Governo quer garantir que elas tenham um papel cada vez mais preponderante na economia nacional.
Além disso, o Chefe de Estado convidou os investidores e expositores internacionais a apostarem em Moçambique, uma vez que o país é beneficiário de várias iniciativas internacionais que visam o apoio às economias dos países emergentes, como é o caso da iniciativa norte-americana AGOA, que permite a exportação para os Estados Unidos da América de produtos nacionais livres de taxas aduaneiras. O protocolo de livre comércio e circulação de pessoas e bens na região da África Austral é outra oportunidade, além de acordos comerciais com a União Europeia, no âmbito dos países de África, Caraíbas e Pacífico. A localização geográfica, que coloca Moçambique como porta de entrada para a SADC, e o facto de ser detentor de portos, caminhos-de-ferro e estradas que dão acesso facilitado ao mar a muitos países da região Austral de África, como África do Sul, Suazilândia, Zimbabwe, Zâmbia e Malawi, constituem uma oportunidade para quem investe em Moçambique.
Conferências predominantemente promotoras de investimentos
Uma média de seis conferências ao dia organizadas por diversas entidades, sobretudo províncias, são voltadas para a promoção de investimentos e exibição do que Moçambique tem de bom para oferecer, desde a área da agricultura, o turismo, até à indústria e infra-estruturas.
Um dos seminários de destaque teve lugar na terça-feira e envolveu os quatro governadores das províncias do Sul do País, nomeadamente Daniel Chapo, de Inhambane, Stella Zeca, de Gaza, Iolanda Cintura, da Cidade de Maputo e Raimundo Diomba, da província de Gaza.