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EUA investem mais de USD cinco milhões para pequenos agricultores

Trezentos mil pequenos produtores do sector familiar vão beneficiar de cerca de USD 5,6 milhões, desembolsados pelo governo dos Estados Unidos da América (EUA), através da sua Agência de Desenvolvimento Internacional-USAID, para acções de combate às pragas na agricultura.

O acordo financeiro foi assinado na última sexta-feira, no Maputo. O Fundo das Nações Unidas para Alimentação (FAO), será o responsável pela gestão do fundo e assistência técnica durante o período da implementação do projecto.

Na ocasião, o ministro da Agricultura e Segurança Alimentar, Higino de Marrule, disse que esta iniciativa representa o início de mais um “ciclo de esperança” para os pequenos produtores espalhados no país.

Por seu turno, a directora interina da USAID em Moçambique, Sheryl Stumbras, destacou que auxílio disponibilizado visa, igualmente, potenciar o sector agrícola com trabalhos de pesquisas virados para o combate à doenças e pragas como é o caso da lagarta do funil do milho e acrescentou que Moçambique precisa ser protegido contra agentes de doenças como lagarta do funil do milho para atingir seu potencial e continuar a observar crescimento no sector agrícola, podendo assim, melhorar a renda e eliminar a pobreza.

Para o FAO, com o projecto será possível reforçar a capacidade nacional de vigilância e controlo de doenças, bem como a ligação entre extensão e a pesquisa para melhorar a prestação de serviços aos pequenos produtores através de promoção de práticas alimentares seguras, tecnologias e pesquisas.

Para o efeito, e segundo o representante do FAO, Olman Serrano, será preciso uma estreita colaboração com o Ministério da Agricultura e Segurança Alimentar (MASA), com enfoque para Direcção Nacional de Silvicultura (DINAS) e ao Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM).

A lagarta do funil do milho é, neste momento, considerada a principal praga que põe em sentido os agricultores no país. A mesma tem uma capacidade de afectar grandes áreas em pouco tempo, devido ao seu estado migratório, daí que a ocorrência desta espécie invasiva na região da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) constituí uma ameaça a produção de milho.

Cientificamente conhecida por “Spodoptera Frugiperda”, esta praga foi detectada pela primeira vez em Moçambique em princípios de 2017, nas províncias de Tete (distrito de Changara e cidade de Tete), Manica (distritos de Chimoio, Vanduzi, Catandica e Manica) e Gaza (distritos de Bilene, Chicualacuala e Xai-Xai).

É uma praga migratória e polífaga que ataca mais de 80 diferentes tipos de culturas, incluindo o arroz, mapira, trigo e cana-sacarina, sendo o milho seu principal hospedeiro.

Efeitos e danos

No milho o dano é causado em todas as partes aéreas da planta (folhas, caule, espiga e inflorescências).

Esta praga pode causar perdas de produção até 100%, se não forem tomadas medidas adequadas de controlo. Na Zâmbia, por exemplo, o Fundo das Nações Unidas para Alimentação indica que cerca 100 mil hectares de milho foram infestados.

No Brasil, onde a praga é endémica, os custos de controlo da praga estimam-se em 600 milhões de dólares norte-americanos.

 

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