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Eu, Tanucha, mando nas tabelas!

Porque África há muito se curva ao seu talento, Leia “Tanucha” Dongue foi pelo quarto ano consecutivo (2014, na Tunísia; 2015, em Angola; 2016, em Maputo; e 2017, em Angola) eleita para o cinco ideal da Taça dos Clubes Campeões Africanos de basquetebol em seniores femininos.

Com uma particularidade, desta vez: única jogadora africana indicada para o cinco ideal da 23ª edição do campeonato africano de clubes, prova havida no multiusos do Kilamba.

No estrado montado no centro do multiusos do Kilamba para albergar as cinco melhores, subiram ao mesmo a prestativa poste americana Alicia Devaughn, ela que foi nomeada melhor jogadora (MVP); Gizela Vega, a hispano-argentina do Ferroviário de Maputo; Italee Lucas, espectacular base-armadora do Interclube que esteve abaixo do seu real valor; e Dominique Wilson, fabulosa base-armadora americana do First Bank.

“Eu já não espero. Sou aquele por quem se espera”, escreveu Agostinho Neto, poeta e primeiro presidente de Angola

E este é o caso de Tanucha, ela é tal por quem se espera!
Para os críticos da modalidade da bola ao cesto ficou sensação de que a explosiva poste moçambicana, e justificava-se, devia ter sido eleita jogadora mais valiosa (MVP) da competição.

Não, e não mesmo, se cingindo apenas ao duplo-duplo (23 pontos e 10 ressaltos) arrancando na final em que o D’ Agosto venceu o Ferroviário de Maputo, por 65-51.

Foi regular durante toda prova! Mandou nas tabelas!
Com médias de 15.7 pontos/jogos, Tanucha não só foi determinante para a conquista do terceiro título continental de clubes do D’ Agosto, como também terminou a prova como terceira melhor marcadora.

“Primeiro, dar os parabéns ao Ferroviário de Maputo porque é uma grande equipa. Vencemos porque trabalhamos para tal”, disse ao “O Pais” no final do jogo.

E prosseguiu: “foi um bom jogo para nós. Quero parabenizar as minhas colegas, a equipa técnica e direcção do clube que tudo fez para conquistarmos o título”, frisou, radiante.

Adiante, a basquetebolista moçambicana ajuntou que “desde Gaberone, Botswana, que demos o nosso melhor para conseguirmos chegar ao título. É uma conquista merecida”.

Quatro títulos! é obra!
Esta miúda só sabe ganhar! Um ano depois de ascender ao escalão sénior, em 2008, Tanucha conquistava a sua primeira Taça dos Clubes Campeões Africanos pelo agora moribundo Desportivo.

Em Nairobi, Quénia, precisamente no ginásio Nyanyo, a craque viu a águia a colocar-se no pico do Kilimanjaro! Numa final bem disputada, o Desportivo, então orientado por Nazir “Nelito” Salé, derrotou o D’ Agosto por 70-63, com a americana Yolanda Jones e Aleia Rachide a contribuírem com 27 e 17 pontos, respectivamente.

Faziam parte da brilhante formação “alvi-negra” Anabela Cossa, Cátia Halar, Deolinda Ngulela (nomeada MVP), Tânia Wachene, Aleia Rachide, Licka Sy, entre outras.

Em 2012, nova conquista! Em Abidjan, Costa do Marfim, Tanucha vestiu as cores da extinta Liga Desportiva e ajudou a equipa a derrotar na final o Interclube, por 53-43.

Nesta prova, fez, igualmente, parte do cinco ideal, juntamente com as compatriotas Clarisse Machanguana, MVP, e Deolinda Ngulela.

Anabela Cossa, Aya Traore, Cátia Halar, Clarisse Machanguana, Deolinda Ngulela, Filomena Micato, Ingvild Mucauro, Jazz Covington, Leia Dongue, Odélia Mafanela, Rute Muianga e Valerdina Manhonga assinaram o quinto título africano de clubes conquistado por um clube moçambicano. De resto, e consta no registo da FIBA-Africa, em 2014, em pleno Salle Olympiqye Raed Bejaoiu, em Sfax, Tunísia, fez estragos e chamou a si o título de melhor jogadora (MVP) e melhor marcadora com média de 21.7 pontos/jogo. No jogo da final, em que a sua equipa perdeu com o Interclube (75-74), arrancou 26 pontos e nove ressaltos e…”simply the best”.

Patriotismo rima com profissionalismo
Se a 19 de Novembro – na final da Taça dos Clubes Campeões Africanos de basquetebol -Tanucha, com 23 pontos e 10 ressaltos (duplo-duplo), fez exultar o técnico do D’ Agosto Jaime Covilhã ao liderar as “militares” ao terceiro título, o mesmo não se pode dizer do que fez a 25 de Agosto quando “tramou” o mesmo em Bamako, no Mali.

Trocado em miúdos: nos quartos-de-final do “Afrobasket” 2017, Leia “Tanucha” Dongue contabilizou 27 pontos e liderou Moçambique a uma vitória diante de Angola, por 61-47.

Orientada por Jaime Covilhã, seu actual treinador no D’ Agosto, Angola falhou o apuramento às meias-finais do “Afrobasket” e, no final da prova, o mesmo pediu demissão.

Ossos de ofício, claro. Mas, acima de tudo, profissionalismo e elevado sentido de patriotismo da atleta.

E, fruto da sua performance no “Afrobasket” 2017, Tanucha esteve no cinco ideal com médias de 16.9 pontos, 7.6 ressaltos e 1.6 assistências.

MVP da prova, a senegalesa Astou Traore foi também indicada para o cinco ideal com uma média de 21 pontos/jogo, 5.6 ressaltos, 2.3 roubos de bola e 1.3 assistências.

Completam o lote das melhores do certame, a americana naturalizada angolana Italee Lucas (15,4 pontos, 5 ressaltos e 2,4 assistências), a nigeriana Evelyn Akator (media de 15,3 pontos/jogo) e a maliana Naignouma Coulibali, melhor ressaltadora do certame.

 

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