Os governos, a nível mundial, estão a utilizar a pandemia como justificação para fazerem vigilância electrónica aos cidadãos, especialmente dissidentes políticos, conclui um relatório da Freedom House.
O relatório da organização não-governamental fundada em 1941 e com sede em Washington, Estados Unidos, indica que as autoridades em dezenas de países estão a utilizar a pandemia da COVID-19 para “justificarem os poderes de vigilância aplicando o uso de novas tecnologias que eram consideradas intrusivas”, escreve o Notícias ao Minuto.
“A pandemia fez aumentar a dependência das sociedades nas tecnologias digitais numa altura em que a internet devia ser um meio de comunicação cada vez mais livre”, disse Michel Abramowitz, presidente da Freedom House.
“Estas tecnologias podem transforma-se em meios de repressão política”, acrescentou.
A Freedom House constata um retrocesso nas liberdades sobre o uso da internet pelo décimo ano consecutivo, tomando em conta um índice de regulação aplicado a 65 países.
Pelo sexto ano consecutivo a República Popular da China encontra-se em primeiro lugar da lista dos Estados mais intrusivos e vigilantes, de acordo com o Notícias ao Minuto.
A mesma fonte indica que dos cerca de 3,8 mil milhões de utilizadores de internet a nível global, apenas 20% vive em países onde as actividades através dos meios digitais são considerados livres.
O relatório destaca um declínio das liberdades em países como a Birmânia, Quirguistão, Índia e Ruanda.