A Comissão de Licenciamento de Clubes da Federação Moçambicana de Futebol (FMF) colocou um ponto final ao sinal vermelho de alarme, no Estádio da Machava. Tal facto ocorreu dois meses depois da reprovação do recinto para o acolhimento de jogos do Moçambola 2022, quando a Comissão de Verificação de Futebol da Federação Moçambicana de Futebol voltou ao mítico recinto para ver de perto o que foi feito em termos de trabalhos de melhoria.
Chefiada pelo Secretário-Executivo do Departamento de Licenciamento da FMF, Artur Máximo, a delegação não só ficou surpreendida, como, também, se mostrou satisfeita com o trabalho levado a cabo pela direcção do Clube Ferroviário de Maputo.
Há, de resto, sinais evidentes de melhorias nalguns segmentos, tais como balneários e os respectivos cacifos, ventilação e iluminação no túnel de acesso ao campo.
Numa acção dinâmica, com vista a melhorar a infra-estrutura que testemunhou momentos áureos da história do país, e longe dos holofotes, a direcção colocou mãos à obra e fez intervenções de vulto. O trabalho é visível, tal como clarificou Artur Máximo.
“Naturalmente, nós ficámos de efectuar uma segunda visita. Notamos, com satisfação, que muita coisa foi feita, no âmbito das várias situações anómalas que existiam. Portanto, houve um grande avanço. De zero a 20, vou atribuir 19 pontos, porque ainda há acções que devem ser realizadas. Testemunhamos que o plano de reabilitação está a ser bem cumprido. Valeu a pena o esforço que empreenderam, que é uma demonstração de manifestação de interesse de pôr as coisas a funcionarem”, observou Artur Máximo.
O piso, neste caso, a relva sintética, poderá, num futuro breve, ser substituído pela relva natural, num processo mais estruturante, que leva, naturalmente, o seu tempo!
“Em relação ao campo, este precisa, de facto, de uma intervenção, especificamente, a substituição do relvado. O actual relvado já não reúne as condições desejáveis, e ficamos satisfeitos que direcção do clube esteja em plena concordância com este nosso posicionamento, razão pela qual pedimos que seja renovado” concluiu.
Há uma clara consciência de que as intervenções no Estádio da Machava não só beneficiam o Ferroviário de Maputo, como, também, o futebol moçambicano, no geral. Não fosse esta infraestrutura desportiva de grande dimensão palco de grandes eventos desportivos.
“Tudo o que foi feito é em prol do próprio futebol e não apenas para o Ferroviário. Viemos encontrar uma realidade totalmente diferente nos balneários já reabilitados e, consequentemente, com as condições exigidas, principalmente, os balneários do túnel”, frisou.
IVONE BUQUE: “NUNCA ESTIVEMOS ALHEIOS A ESTA SITUAÇÃO”
Momentos após a visita da comitiva do Departamento de Licenciamento da Federação Moçambicana de Futebol, a secretária-geral do Clube Ferroviário de Maputo, Ivone Buque, disse que uma das apostas do actual elenco é reabilitação do rico património desportivo desta colectividade. Reconheceu, no entanto, que o processo é complexo. Ivone Buque acrescentou, ainda, que o Clube Ferroviário de Maputo aposta na qualidade, pelo que é fundamental que os atletas de diversas modalidades tenham condições para a sua prática. “O futebol sai a ganhar quando é praticado em condições boas e apropriadas. Estamos cientes deste aspecto. Quero realçar que, depois da última inspecção que ditou a reprovação do nosso campo, como direcção, nos empenhamos em fazer o nosso melhor, com vista a ultrapassar este obstáculo. Se hoje a Comissão de Verificação, dos 20 pontos possíveis, nos dá 19, é sinal de que houve trabalho, facto que nos deixa satisfeitos”, disse Ivone Buque.
Todavia, a nota positiva dada pelo Departamento de Licenciamento da Federação Moçambicana de Futebol não constitui, nem tão-pouco, motivo para desacelerar o processo de melhorias. Há que continuar com a obra! “Estaremos confortáveis quando terminarmos o nosso projecto de reabilitação do Estádio da Machava, ou seja, quando tivermos a relva implantada. É um investimento muito grande, que requer, além da destruição da actual estrutura montada, maiores investimentos. Já dispomos de cotações de empresas vocacionadas para o arrelvamento de campos. Chegamos à conclusão de que os custos de importação da própria relva [natural] não são tão elevados, comparados aos do trabalho de preparação do terreno para a sua colocação no campo”, explicou Ivone Buque.
Neste momento, a direcção do Ferroviário de Maputo trabalha a todo o gás, para cumprir com as metas estabelecidas. “A intervenção da Comissão de Verificação foi positiva no sentido de que está em perfeita sintonia com aquilo que é também o nosso plano de actuação. Nunca estivemos alheios a esta situação, e o que sempre pedimos foi tempo necessário para buscarmos condições para as respectivas intervenções”, acrescentou a secretária-geral.