O Banco de Moçambique confirma a proliferação de esquemas de fraude financeira no país, que consistem na captação de depósitos de pessoas por entidades não licenciadas. Por isso, alerta que aderir ao grupo é bastante arriscado e pode resultar em graves perdas de dinheiro.
É um sinal de que criminosos perderam medo e “operam” em sistemas fraudulentos para captar depósitos, fazendo-se passar por instituições financeiras, embora não tenham licenças para tal.
É uma nova forma, disfarçada, de actuar, encontrada pelos larápios, para enganar pessoas e ficar com o dinheiro delas. A situação já inquieta o Banco de Moçambique.
“Geralmente, as instituições que actuam ilegalmente na área financeira aderem ao esquema de pirâmide financeira. As pirâmides financeiras são esquemas de negócios fraudulentos que se caracterizam pela promessa de ganho de dinheiro a curto prazo, normalmente, na forma de juros sobre os valores depositados. Estes juros são, frequentemente, muito mais altos do que a média praticada no mercado e aumentam com a angariação de mais depositantes”, alerta o Banco.
Face à situação que tende a ficar mais crítica, o banco central alerta para os perigos associados.
“À medida que a pirâmide cresce, fruto da confiança dos depositantes no esquema, falta dinheiro para pagar a todos e, no fim, a maioria fica com prejuízos. Portanto, o recurso a estas entidades representa um elevado risco e pode resultar em graves perdas para os envolvidos, uma vez que elas (as entidades) não se encontram sujeitas a deveres de informação e a limites prudenciais que salvaguardam os interesses dos consumidores”, indica um comunicado do banco central.
Os esquemas podem ser detectados de várias formas, tais como (i) a oferta de comissões elevadas ou outros bens pelo recrutamento de novos clientes; (i) a adopção, pelos promotores das entidades, de nomes fictícios, tal como “investidor”, “vencedor” e “milionário”; e pouca informação a respeito da entidade, que pode não ter sede, ou ter a sua sede localizada num escritório virtual.
Por estas e outras razões, o banco alerta para mais vigilância na hora de aplicar o dinheiro.