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Especialistas avaliam as lacunas de Moçambique na implementação da Convenção-Quadro para o Controlo do Tabaco

Uma equipa de peritos internacionais em controlo do tabaco acaba de concluir uma missão técnica de uma semana para conduzir um exercício de avaliação das necessidades para a implementação da Convenção-Quadro da OMS para o Controlo do Tabaco (CQCT) em Moçambique. O exercício de avaliação das necessidades visa identificar lacunas na implementação da CQCT e fazer recomendações apropriadas para reduzi-las.

A avaliação é liderada pelo Secretariado da Convenção-Quadro para o Controlo do Tabaco, baseado na sede mundial da OMS em Genebra, Suíça, em coordenação com o Ministério da Saúde e com o Programa das Nações Unidas.

“Estamos ansiosos por receber o relatório de avaliação das necessidades”, disse Armindo Tiago, ministro da Saúde, no final da reunião de balanço com a equipa da missão conjunta.

Desde que se tornou parte da CQCT da OMS em 2017, Moçambique tomou medidas regulamentares para proteger as pessoas contra os danos do consumo de tabaco. Parte das medidas tomadas pelo Governo inclui  a proibição de fumar dentro das instituições públicas e nos transportes públicos; retirada da publicidade sobre o tabaco nas vias públicas; proibição de publicidade do tabaco e seus derivados dos órgãos de comunicação e de eventos desportivos, bem como a integração de conteúdos relacionados com os malefícios do tabaco nos currículos escolares do Ensino Primário do 2º Grau (EP2). Este nível abrange crianças com idades compreendidas entre 12 e 13 anos.

“Continuamos empenhados em reforçar ainda mais as políticas de acordo com os requisitos da CQCT da OMS”, enfatizou o ministro da Saúde, citado por um comunicado da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Durante a visita a Moçambique, a equipa manteve uma série de reuniões com vários sectores do Governo, agências do sistema das Nações Unidas e membros da sociedade civil, durante as quais peritos e intervenientes nacionais também apresentaram os resultados do caso de investimento para o controlo do tabaco no país.

Segundo o caso de investimento, o tabaco custa a vida de mais de 9300 moçambicanos por ano e 11,7 mil milhões de Meticais em perdas económicas de produtividade e despesas de saúde para tratar doenças relacionadas ao tabaco, todos os anos.

“Para termos resultados na agenda de luta contra o tabaco em conjunto, devemos apoiar o Governo a colocar em prática uma colaboração realmente multissectorial”, frisou Severin Von Xylander, representante da OMS em Moçambique, durante o encontro da equipa do secretariado com a coordenadora residente do Sistema das Nações Unidas em Moçambique.

Falando numa reunião de múltiplas partes interessadas, Andrew Black, chefe de Equipa de Assistência ao Desenvolvimento no Secretariado da Convenção, apelou ao país para acelerar a acção sobre a implementação da Convenção-Quadro da OMS como parte dos “esforços de Moçambique para alcançar a Agenda para o Desenvolvimento Sustentável de 2030”.

Por seu turno, Myrta Kaulard, coordenadora residente do Sistema das Nações Unidas em Moçambique, salientou uma acção a nível da ONU para ajudar o país a “tirar partido das oportunidades oferecidas pela implementação deste tratado, tal como delineado no caso do Investimento para o Controlo do Tabaco nos Estados-membros”.

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