Dois quarteirões do bairro Khongolote, no Município da Matola, têm crateras provocadas pelo escoamento de águas feito pela edilidade. Os moradores estão agastados e acusam o Conselho Municipal de inoperância.
O Conselho Municipal da Matola tentou resolver o problema de casas inundadas no bairro Khongolote e criou outro.
“Não se pode fazer uma cova para tapar outra. É o que está a acontecer. Estão a ajudar uns e a prejudicar outros. Não é assim”, queixou-se Oleseguno Matola, morador do bairro Khongolote, num tom de revolta.
Sucede que o Município escoou parte da água estagnada em 100 casas do quarteirão para o rio Mulauze. “Nós não negamos que a água possa passar, mas deve-se ver a situação das pessoas que estão doutro lado. Quando estavam a escoar, eu entrei na água suja para carregar os meus filhos e levá-los à escola”, contou Amil Matola, também moradora do bairro Khongolote.
O escoamento da água parou há pouco mais de uma semana. Por estes dias, a preocupação é com as crateras que dificultam o acesso às casas.
“Eu pago 100 Meticais por dia. Na minha casa, do jeito que está a rua, se cai chuva, será caótico. Até o poste (de energia) que está em frente à minha casa corre o risco de cair”, mostrou-se receoso Oleseguno Matola.
Um risco que os munícipes acreditam ter sido causado pela edilidade para ajudar os outros com a promessa de repor a transitabilidade por estas vias.
“Eles tinham prometido que, logo que terminassem de fazer esse trabalho, trariam carros com areia para repor a transitabilidade e nós aplaudimos à ideia, achando que não nos deixariam na mão”, narrou Augusto Langa, morador do mesmo bairro, num tom carregado de expectativas.
Aplaudiram quando ouviram a promessa de que, depois se iria repor a transitabilidade, mas parece que foi em vão. “Já estamos há uma semana e eles ainda não apareceram, nem estão a dizer nada. Então, estamos preocupados com isso”, rematou uma moradora de Khongolote.
O escoamento das águas estava a cargo da empresa municipal de Água e Saneamento da Matola que disse ao “O País” que já fez o seu trabalho e que quem deve repor a transitabilidade da via é a vereação de infra-estruturas.
Contactado pela nossa reportagem, o vereador de infra-estruturas não avançou datas, mas garantiu que a via degradada será reparada.