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Erosão degrada ruas e põe casas em risco de desabar na Cidade de Maputo

Foto: O País

Há ruas intransitáveis nos bairros da Cidade de Maputo, devido à erosão provocada pela chuva. Os moradores dizem que já estão cansados de mobilizar recursos próprios para a reabilitação das vias e exigem intervenção da edilidade.

Ruas intransitáveis e propriedades em risco desabar – é o que se vê nos subúrbios da Cidade de Maputo, devido à erosão provocada pela chuva.

É um cenário que vai piorando cada vez que chove, criando crateras que impedem a circulação de pessoas e de viaturas.

Em bairros como Mahotas, Laulane e Ferroviário, a chuva virou um grande inimigo das pessoas. Sempre que chove, os munícipes ficam tensos.

“É sempre assim aqui. Quando começa a chover, perguntamo-nos o que vai acontecer com os nossos muros e com os passeios, porque parte da rua está uma cratera. É só rezar”, desabafou Elisa Matsinhe, que falava após um processo de reconstituição dos solos removidos pela corrente da água da última chuva (na passada quinta-feira).

Mas muitas são as vezes em que as orações não resultam. Aí é preciso agir.

“Às vezes nos juntamos para comprar areia e entulho, mas como está sempre a chover, não conseguimos fazê-lo sempre”, acrescentou a senhora.

Tal ela, os moradores do bairro das Mahotas viram a rua ser cortada ao meio, impedindo a passagem de viaturas e tiveram que agir com recursos próprios.

“A rua estava cortada, impedindo a passagem de viaturas. Fizemos esforço, levando sacos nas nossas casas para preencher este lugar com areia. Mesmo agora continuamos a trabalhar”, disse Fabião Macuácua, um idoso que esteve a orientar a reposição de solos com recurso a areia e pedras em sacos.

Em meio a esta acção, há um sentimento de revolta.

“É um grande sofrimento, pois já vemos muros em risco de desabar. As casas estão na mesma situação. Fazemos isto para evitar que as nossas casas e muros caiam”, acrescentou.

Há ruas em situação pior, em que as viaturas não podem entrar nas residências, obrigando os proprietários a deixarem as viaturas em parques de estacionamento, tendo que pagar uma taxa diária, enquanto alguns têm um local seguro nos seus quintais.

Com a chuva que vem caindo, a situação piorou, facto que deixa os automobilistas desesperados, sendo obrigados a dar muitas voltas em busca de uma rua menos degradada, que permita passagem sem pôr em risco a sua viatura.

Uma missão que se mostra complicada, como contou Cândida Djedje, que diz ter passado cerca de 30 minutos a dar voltas pelo bairro.

Das ruas com declínio, a terra é arrastada para outras vias, bloqueando parte das estradas bem como valas de drenagem, que deviam servir para escoar a água da chuva.

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