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Entre o Egoísmo e a Paciência (de voz viva) nós Peregrinamos!

É notório anualmente que o número de jovens curiosos e peregrinos aumenta de uma forma acentuada e na paróquia Sagrada Família da Machava de modo particular é um facto.

Anualmente nas vésperas da grande caminhada que anualmente os fies católicos da província de Maputo, de outros quadrantes de Moçambique e dos países vizinhos se submete quando chega o mês de maio.

Na paróquia Sagrada Família da Machava quando os dias da peregrinação se aproximam é notório nos corredores da comunidade sede que também faço parte a conversa ser monopolizada com os preparativos eficazes a se usar para aquela terra santa onde ao chegar devemos ter o mínimo para a sustentabilidade dos peregrinos. A formação de grupos maior parte das vezes é feita entre amigos e experientes. Sem querer me gabar já sou considerado “focal Ponit”.

Quem é jovem que tem uma história de muitos e longos anos nessa santa caminhada é um jovem que caracteristicamente falando é humilde e o seu papel é equiparada a do bom pastor porque muitos graças a ele peregrinaram pela primeira vez e ate este ano se tivessem a oportunidade para tal faria sem piedade das dores e estilos que saem como consequência. Até certo ponto se for para se dar um título de “Herói dos peregrinos”, Mundinho merece!

As histórias do “Txololoco” (traduzido para português significa Peregrinação) são muitas que apresentam uma variedade de formas, a destacar: Boas, assustadoras, de arrepiar, de bondade, caridade, generosidade, irmandade, de egoísmo, etc.

Para quem já peregrinou sabe muito bem que antes e depois da primeira decisão há sempre uma advertência relacionada com os pontos acima citados porque a caminhada não é uma coisa fácil mas sim difícil que carece sempre de um preparo físico, espiritualmente, financeiramente e acima de tudo psicológico.

Digo acima de tudo psicológico porque lá todos ganham mesmo estatuto, Peregrino, e biblicamente falando as diferenças sociais e financeiras (lá) não podem falar mais alto porque vamos ao encontro de Deus. Atenção! É bíblico também que em todo canto Deus pode se procurar e achar.

Um dado que julgo ser engraçado para os novos peregrinos e não carregrinos, essa outra forma de peregrinar segundo os mais estudados na matéria de peregrinação é feita de carro e recomendada para os mais velhos ou pessoas com problemas de saúde, entre outras activiades que não devem ser interferidas socialmente. Mas isso não nos deve tirar muito tempo.

Buscando o raciocino dizia que um dado engraçado para os peregrinos de primeira viajem é que geralmente chegam ao local de encontro sempre com pastas ou mesmo malas pesadas o que não é recomendado e até em casos extremos com roupas não pratica para a viagem de cerca de 75kilometros, à pé.

Mas para quem já é experiente no âmbito do espírito de irmandade partilha o pouco ou o muito da sua sabedoria aconselhando maior parte das vezes a deixar uma parte do que torna a trouxa mais pesada, visto que, na mesma só deve permanecer algo que será usado durante a caminhada. Felizmente anualmente há sempre bons irmãos que fazem assistência aos peregrinos e porque na mesma noite são responsáveis em ir até ao santuário fazer a reserva da habitual área em que como família que somos ficamos e guardamos os nossos pertences quando vamos as celebrações, então lá encontramos os nossos pertences logo na chegada.

Um facto que também deve ser recordado com alguma atenção é que anualmente para quem já antes peregrinou tem que reconhecer que esta num novo ano. A caminhada não é igual para ninguém mesmo saindo anualmente a mesma hora.

Para que o percurso seja produtivo e surta efeitos desejados os grupos definem pontos estratégicos para fazerem o seu descanso e abastecer as energias, isso, para o que tenho notado acontece na Paroquia Beata Clementina Anuarite em Boane (Vila) a segunda no cruzamento de Goba e a ultima à cerca de 20 kilometros da vila da Namaacha, ou melhor, do santuário isso em Mandevo. O último ponto é importante realçar que tem sido o mais longo porque antecede a cadeia montanhosa da região.

Radiografia do peregrino

O arranque da peregrinação maior parte das vezes depende muito de quem pretende. Alguns parte das suas devidas paróquias, outros da paragem João Mateus- Matola e outro ponto que também é usado é a vida de Boane, por sinal, na primeira paragem onde alguns já chegam esgotados.

O começo é sempre belo e feliz mas muita coisa começa a ganhar consistência depois de uns 10 ou 15km percorridos porque os pequenos grupos começam a ser de fácil descoberta. E isso acaba afectando também na hora de chegada na primeira paragem obrigatória Boane e até ao santuário.

O espirito de partilha começa a reinar em Boane onde cada um tira da mochila o que preparou para em família degustar e depois disso um pequeno descanso para tentar repor as forças perdidas porque até ali ainda não se fez nada! Chamando os mais estudados da matéria até exortam que é melhor se preparar para a segunda fase meio complicada do percurso.

Depois de uns 30 ou mesmo 45 minutos de descanso os grupos começam a segunda parte de um troço que é regularmente dividido com paragens (de Boane, Cruzamento de Goba e Mandevo) em 4 partes.

Quando se sai de Boane uma coisa boa é que todos os grupos recorrem ao terço e a alguns livros religiosos para fazerem a reza do rosário que é intercalado com alguns cânticos mariano.

Outras oração pessoais intercalam também a caminhada, ate certo ponto arrisco-me a dizer que a verdadeira peregrinação começa mesmo em Boane porque antes os grupos estavam na fase de formação.

Os principiantes ficam iludidos sempre quando chegam no desvio depois do quartel das forças de defesa em Boane quando se deparam com uma placa que diz: “Bem – Vindo ao Distrito de Namaacha” e pensam que em menos tempo estarão no santuário o que é uma pura ilusão mesmo de verdade.

Quando se chega a Localidade de Mafuane alguns já apresentam problemas sérios porque as pernas começam a prender e sair bolhas porque o calçado não é confortável. Ai começam os Primeiros “Bruckdown`s” a trabalharam. Ainda em Mafuane há um pequeno teste que todo o peregrino é submetido com uma subida acentuada que ate carros não bem preparados ali roncam e aquecem, imagina pessoa de Deus o que faz?

Antes do cruzamento de Goba há também um troço histórico. O peregrino deve “andar bem” e para não cansar precisa fazer umas curvas-contra-curva em espécie de “S”. Para alguns que gostam de encurtar as distancias, reza a historia segundo a qual “não há regra sem expceção” e quando se usa essa teoria, logo ali onde tem a placa a anunciar Impaputo entram imediatamente num corta-mato.

Depois do descanso rápido para um chá, uma fruta, sopa ou mesmo uma massagem inicia a terceira parte da caminhada numa linha recta em que na mesma as desaparecem e aparecem como se estivesse parrado se decidir pautar por um passo de camaleão. Esse troço segundo relatos ate não dói muito mas alimenta muita esperança de ao santuário chegar. Mas par os que saem em Boane depois das 18horas tem sempre uma novidade ou jogo para descontrair das antenas em que se manda o novato a memorizar a posição de duas tores de telefonia móvel e antes da escola com nome do Veterano Marcelino dos Santos, com alguma regularidade se pergunta a posição das tores se mudou ou não. Para quem já teve essa experiencia pode confirmar que é uma brincadeira necessária. 

Não se pode esquecer que durante o percurso há sempre “maná” que chega aos peregrinos para durante a caminhada se hidratarem e alimentar as suas energias. Pessoas de boa fé dão agua, refrescos, sumos, bolachas, sandes e outro tipo de alimento para ajudar.  

Mas uma paragem obrigatória se faz na localidade de Mandevo onde é possível achar muita gente que saiu na quinta ou mais cedo da sexta-feira. O importante ai é lembrar que de uma forma obrigatória deve-se esvaziar todas as tijelas que tem comida excepto os biscoitos que levam muito tempo porque uma parte da comida em Mandevo chega “assustada” (termo usado para distinguir comida que esta degrada parcialmente) ou completamente descartável. Ali a língua de alguns parece que já não existe e se existir não é ao mesmo gás devido ao cansaço, teimosia a tentar resistir a meio gás, vontade de desistir de alguns pode se estimar à 95% e outras situações não agradáveis de partilhar.

Depois do descanso começa o quarto e ultimo troço decisivo e complicado porque subir montanhas heiii… não é tarefa fácil. Para evitar o “C” virado para o lado esquerdo alguns voltam a activar mais uma vez a teoria segundo a qual “não há regra sem expceção” contornado a rota oficial com um corta-mato difícil e cheio de pedregulhos como tatos outros existentes na frente. Um corta-mato onde também são ativados os “Bruckdown`s” para os teimosos com muita fé, porem, um dado interessante é antes de levantar e dar seguimento com a viagem se coloca uma pergunta pontual para todos se estão ainda com forças suficientes para continuar, geralmente a mentira reina com um sim. Visto que tem pernas curtas antes de estar no pico do apelidado “Pecador” de tanto doer alguns começam em massa a se denunciar.

Por bem o mal o egoísmo não pode reinar porque se esta numa via não aconselhável porque se estivesse maior parte dos carros que por ali passam são da assistência das diversas paróquias da Arquidiocese de Maputo.

Continuando com a viagem ai deve-se eleger um Moisés ou Josué do grupo que deve saber dar ordens em coordenação com mais duas ou três pessoas experientes do grupo para que se possa fazer uma caminhada livre de assaltos e livre de muitos perigos que podem ser vividos na santa caminhada. Para alguns os corta-matos continuam, porém, depois da localidade de Germantine há uma curva acompanhada por uma subida acentuada que todos devem sentir e bem. Quem é peregrino de verdade sabe do que estou falando porque antes da cursa é possível notar que no período de construção da estrada houve um trabalho árduo, visto que, a infraestrutura passa de um pequeno túnel sem cobertura.

O espirito salve-se quem puder começa a ganhar textura porque mesmo os que ajudavam a puxar os mais cansados as forças esgotaram e estão limitados para terminar a caminhada. Há poucos minutos da vila há um controle policial montado onde os peregrinos recebe uma assistência de segurança para chegarem ao santuário salvos e com todos seus pertences porque como é sabido por todos em todo o canto há sempre oportunistas para se aproveitarem dos indefesos.

Ultrapassados todos esses obstáculos podes crer que se le uma placa logo na entrada da vila que diz: Sinta o Supuro da Montanha. Suspiro esse que resume-se com as habituais chamadas para a namorada, namorado, mãe, pai e outros familiares se anunciando a entrada triunfal ao santuário de Fátima de Namaacha-Maputo.

 

 

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