A Eni Rovuma Basin (ERB) anunciou, hoje, o início da produção de óleo vegetal que será utilizado como matéria-prima nas bio-refinarias da Eni, na Itália. Esta iniciativa enquadra-se na estratégia da Eni de contribuir para a descarbonização do sector dos transportes e inclui Moçambique na cadeia de valor da mobilidade sustentável.
“Este projecto é apoiado pelo Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural (MADER), no âmbito do Acordo Específico assinado em Fevereiro de 2022, para o desenvolvimento e cultivo de culturas oleaginosas”, lê-se no comunicado enviado ontem pela Eni.
A multinacional não revela, no comunicado, o valor do investimento no projecto em causa, mas avança que o óleo vegetal que é extraído de subprodutos de fábricas locais de agro-processamento está certificado de acordo com os padrões ISCC-EU (International Sustainability Carbon Certification European Union), que garantem que os insumos para a produção de biocombustíveis são produzidos de forma sustentável e permitem a rastreabilidade, o respeito pelo meio ambiente e pelos direitos humanos.
O desenvolvimento deste projecto em Moçambique vai envolver milhares de agricultores locais e vai permitir a criação de uma plataforma industrial para a produção de matérias-primas agrícolas no país, promovendo o desenvolvimento socioeconómico nas áreas rurais e a regeneração das terras agrícolas degradadas. Por outro lado, a ERB pretende, também, apoiar os agricultores através da transferência de conhecimentos e da introdução da mecanização e de melhores práticas, de modo a desenvolver e reforçar ainda mais as capacidades locais.
A Eni, presente em Moçambique desde 2006, é o operador delegado do projecto Coral Sul, que foi o primeiro a produzir gás na Bacia do Rovuma, em Moçambique. Para além das actividades Upstream, a Eni diz estar comprometida a desempenhar um papel decisivo no processo de transição energética para um futuro de baixas emissões de carbono, com o objectivo de alcançar a neutralidade líquida de carbono até 2030.
“Moçambique desempenha um papel fundamental na estratégia de descarbonização da Eni, graças aos programas de produção de matérias-primas agrícolas, projectos agroflorestais e outras iniciativas de compensação de carbono, que visam neutralizar as emissões residuais da Eni e criar impacto positivo nas comunidades locais em termos de desenvolvimento socioeconómico”, posicionou-se a instituição no comunicado.