Trabalhos de colocação da ponte metálica ainda estão em curso no troço Nicoadala-Namacurra, província da Zambézia. Espera-se que, até ao fim da manhã desta terça-feira, as obras sejam concluídas para a retoma da circulação de viaturas. As equipas estão no terreno no meio de dificuldades de clima, com destaque para chuva.
As estruturas metálicas para a colocação da ponte na EN1, província da Zambézia, concretamente no troço Nicoadala-Namacurra, chegaram no domingo por volta das nove horas, um atraso que se deveu à degradação da EN1, no troço Inchope-Nicoadala.
O facto retardou o arranque das obras, que estavam previstas para as primeiras horas de domingo, comprometendo, assim, a previsão do término dos trabalhos que estavam agendados para 13 horas desta segunda-feira.
Aliás, a colocação das estruturas metálicas iniciou na noite deste domingo. Os técnicos trabalharam ao longo de toda a noite de domingo para segunda-feira, na colocação dos painéis, vigas, entre outros componentes.
Na manhã desta segunda-feira, os trabalhos continuaram no meio à chuva, facto que comprometeu ainda mais os prazos de conclusão da ponte metálica. Com o abrandar da chuva, as obras decorrem com previsão para o fim da manhã desta terça-feira.
“De facto, reprogramamos o fim dos nossos trabalhos para o fim da manhã desta terça-feira. Como viram, as condições de clima comprometeram os nossos trabalhos ao longo das primeiras horas desta segunda-feira. Com tudo, estamos a dar tudo de nós para que, até ao fim da manhã de terça-feira, como anteriormente disse, seja garantida a circulação de viaturas desde, ligeiras e pesadas”, disse Jorge Govanhica, delegado da Administração Nacional de Estradas (ANE) na Zambézia.
Em Nicoadala, há enormes filas de viaturas que aguardam pela conclusão dos trabalhos. Algumas devem seguir para o Norte do país e outras para o Centro e Sul. A situação está a criar constrangimentos na vida dos utentes, que dizem que está na hora de o Governo acabar com o nível de degradação da EN1.
“Não se justifica o nível de degradação das nossas estradas. Você entra em Inchope até Nicoadala, percurso de pouco mais de 400 quilómetros, mas faz em 24 horas, devido à degradação. Isso não ajuda nas nossas vidas, muito menos na economia do país, precisamos de sorte, porque, de contrário, a situação estará ainda mais complicada para nós”, disse Benedito, um automobilista de longo curso, visivelmente agastado com a situação das estradas.
“Depois de bater todos os buracos, chego a Nicoadala encontro esta situação, ninguém merece”, rematou.
Enquanto os trabalhos decorrem, parte da população recorre a embarcações tradicionais para travessia no rio iledje. Mas há quem não prefira arriscar e, por isso, aguardam pela conclusão da empreitada.
A quinta Comissão da Agricultura, Economia e Ambiente da Assembleia da República esteve no local a aferir o impacto do ciclone Gombe sobre aquela e outras infra-estruturas de estradas na província da Zambézia.
“Pelo que fomos informados, amanhã, os trabalhos serão concluídos e esperamos que assim seja, porque a vida do nosso povo está parada devido a esta situação. De facto, o ciclone deixou rasto de destruição muito grande na província e pensamos que, em muitos casos, os distritos não têm capacidade para repor os estragos causados. O Governo provincial e central deve fazer intervenção para que se assegure o retorno da vida das pessoas” disse Momad Juízo.