Sessenta e um autocarros da Empresa Municipal de Transporte Público de Maputo estão paralisados por falta de manutenção. A empresa opera com apenas 48 dos 109 autocarros da sua frota e seu PCA diz que a receita que produz “não é suficiente para a reparação”.
A Empresa Municipal de Transporte Público de Maputo tinha projectado transportar cerca de 13 milhões de passageiros até ao fim-de-ano e até aqui só conseguiu transportar 8 milhões. A meta está ameaçada porque mais da metade dos autocarros da empresa estão avariados.
“Neste momento, do ponto de vista operacional, estamos a falar de 109 autocarros na frota, mas quando tratamos de carreiras, significa aquelas que vão à rua todos os dias, estamos a falar de 48, isso contando que temos uma frota maioritariamente velha, que temos feito todo o trabalho para mantê-la”, apontou Lourenço Albino, PCA da EMTPM.
O Presidente do Conselho de Administração da EMTPM, Lourenco Albino, diz que a frota ideal para dinamizar a mobilidade da zona metropolitana, seria de 300 autocarros, mas até ao momento, a projeção é de comprar apenas 30, porém, não sabe para quando.
“É difícil dizer para quando é que está previsto, mas na nossa programação aponta para 15 autocarros de grande porte e 10 de menor porte. De grande porte são autocarros de mais ou menos 12 metros, e abaixo disso, são os de 10 metros, com cerca de 30 lugares, isso para atender alguns bairros, portanto, da cidade de Maputo”, disse Albino.
A instituição arrecadou mais de 100 milhões de Meticais em receitas só este ano, mas o valor está além do que seria necessário para a manutenção dos autocarros.
“São 113 milhões de Meticais em oito meses. Isso ajuda no plano de manutenção preventivo, agora, do ponto de vista de recuperação, grandes reparações, é insuficiente, mas uma manutenção que garante com alguma segurança e eficiência, que o autocarro saia, sim”, explicou.
O edil de Maputo, Rasaque Manhique, reconhece as dificuldades e pede uma melhor gestão das receitas para garantir mais recursos para intervenções.
“Não faz sentido que um autocarro, por si, não consiga restituir a si um pneu, se tivermos que fazer contas, não faz sentido que um autocarro, por si, não consiga comprar uma bateria, pela sua produção, e, consequentemente, temos o autocarro armado. É a cidade que depois se vê com a escassez de transportes”, desafiou, Rasaque Manhique.
A informação foi revelada esta sexta-feira em Maputo, na Décima Terceira Reunião Anual de Planificação da Empresa Municipal de Transporte Público de Maputo.