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Empresas de recolha de lixo depositam-no fora da lixeira de Hulene e ocupam estrada

Há lixo a ser depositado e reciclado na estrada, na lixeira de Hulene. Os automobilistas queixam-se de embaraços ao trânsito e problemas de saúde.

Não é de hoje que se ouve o grito de socorro de quem vive nos arredores da lixeira de Hulene.

A eles, juntaram-se também os condutores e pessoas que simplesmente por ali passam, todos os dias, como é o caso de Lola Joaquim.

“Estamos a pedir socorro do Governo. Aqui na estrada, os carros já nem têm por onde passar. O cheiro da lixeira prejudica até a saúde. Temos ficado doentes por causa deste problema”, disse.

No local, tem havido uma verdadeira disputa de espaço entre os automobilistas e os catadores.

E a razão de os resíduos sólidos serem depositados fora da lixeira, em plena luz do dia, é bem conhecida por quem por aqui trabalha, há anos.

“A lixeira de Hulene já está cheia. Lá, dentro, nenhum carro entra, só máquinas é que conseguem”, contou um dos cantadores de lixo.
Facto curioso é que o lixo que, aos poucos, ocupa toda a estrada é depositado por empresas de recolha, do Município de Maputo.
Nas horas de ponta, a situação fica mais complicada, segundo contaram alguns automobilistas.
“Este lixo está fora da lixeira e, quando chove, tendo em conta que a estrada já está esburacada, temos de lutar para conseguir o lugar ideal para passar, e isso tem criado um cheiro nauseabundo.”

Alguns automobilistas até se sentem obrigados a usar máscaras, quando se aproximam da lixeira, porque o cheiro é nauseabundo.

O que constitui desvantagem para alguns, para os outros, é vantagem, tal é o caso dos catadores de lixo, que deste dependem para sobreviver.

“Isto é que ajuda as nossas famílias e nós não fazemos nada, além de aproveitar este produtos”, contou.

O Conselho Municipal de Maputo diz ter conhecimento de que há lixo a ser depositado em local impróprio e explicou-se sobre o assunto.

“A situação que se vê na lixeira de Hulene é uma gestão em função das circunstâncias que temos. À volta da lixeira, concretamente na Avenida Julius Nyerere, vêem-se muitos cartões, grande parte dos quais recicláveis, e só estão ali por causa dos catadores. Nós até poderíamos remover e os catadores deixavam de ter acesso ao material, o que não achamos o mais correcto”, disse Saturnino Chembeze, vereador de Infra-estruturas Urbanas no Município de Maputo.

Enquanto isso, os condutores exigem o encerramento urgente da lixeira de Hulene.
Informações do Município de Maputo dão conta de que as obras de encerramento da lixeira de Hulene já estão em curso e, ainda este ano, prevê-se a construção do aterro sanitário de KaTembe.

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