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Empate no “caldeirão” adia encomenda de faixas dos “hidroeléctricos”

Fotos: Ferroviário da Beira

O Ferroviário da Beira marcou no último minuto do jogo, diante da União Desportiva do Songo, e adiou a possibilidade, por enquanto, de encomenda de faixas de campeão, pelos líderes da prova. O resultado de 2-2 castiga a turma de Songo, que saiu ao intervalo a vencer por 2-0. A diferença pontual com a Black Bulls é agora de dois pontos.

Era o jogo que podia definir o futuro do Moçambola em caso de vitória da União Desportiva do Songo, diante do Ferroviário da Beira, no “Caldeirão”. E as projecções até estavam encaminhadas quando logo ao segundo minuto os “hidroeléctricos” abriram o marcador por intermédio de Bhéu.

Um golo madrugador que fazia transparecer que a vitória da União Desportiva do Songo era certa, faltando apenas saber dos golos a serem apontados. Até porque, nessa fase, a turma de Songo era dominadora e controlava a bola nas quatro linhas.

Fruto desse domínio inicial, não tardou que o segundo chegasse, através de John Banda, aos 22 minutos, a dar ainda mais força na projecção da vitória e a perspectivar uma goleada.

Os “locomotivas” pareciam ter deixado os maquinistas na estação e andavam à deriva sobre os caris. O intervalo chegou com vantagem da turma de Songo por 2-0.

O segundo tempo voltou a iniciar-se com a mesma toada e a União Desportiva do Songo a controlar os acontecimentos, perante fraca reacção da turma da casa. Wedson Nyirenda fez as alterações no bom momento e a equipa abriu-se no campo.

 

Reduzir, reagir e empatar: que loucura!

As substituições deram outra dinâmica à turma de Chiveve, que começou a encostar os “hidroeléctricos” na zona mais recuada. Ernan era constantemente chamado a intervir e a sua atenção era mais testada.

Foi então que Ling voltou a marcar pela sua equipa, várias jornadas depois, aos 57 minutos, para reduzir a desvantagem e dar mais motivação ao Ferroviário da Beira, mas também a acordar os adeptos já “desfalecidos” nas bancadas do “Caldeirão”.

O cansaço começou a tomar conta dos jogadores da União Desportiva do Songo que já baixavam as linhas, não atacavam e ficavam mais concentrados na sua zona recuada.

A ponta final do jogo trouxe um Ferroviário da Beira mais galvanizado, afinal acreditava que era possível alcançar outro resultado no jogo. A pressão “verde-e-branco” acabou por surtir efeito no último lance do jogo.

De bola parada, houve confusão na área da União Desportiva do Songo e apareceu, finalmente, Celso, como que a justificar a chamada à selecção nacional, a tocar para o fundo das malhas.

Houve ebulição no “Caldeirão” do Chiveve. Jogadores, equipa técnica e adeptos explodiram de felicidade e deram mais emoção à ponta final do Moçambola 2022.

Um resultado que adia, por ora, o encomendar das faixas que seriam colocadas no domingo, na partida entre União Desportiva do Songo e Incomáti de Xinavane, que poderia ser determinante e decisivo para a conquista do título pelos “hidroeléctricos”.

 

TUDO DEIXADO PARA A PONTA FINAL

Com o empate no “Caldeirão”, nem a União Desportiva do Songo definiu a sua posição na luta pelo título nem o Ferroviário da Beira a sua situação em relação à manutenção. As duas equipas estão no “quase” dos seus objectivos actuais.

Os “hidroeléctricos” contam agora com 46 pontos, mais dois que a Black Bulls, enquanto se espera pela decisão da Liga Moçambicana de Futebol em relação à possível violação do regulamento de competições, no que se refere à utilização de mais jogadores estrangeiros do que está preconizado.

Assim, a União Desportiva do Songo só conquista o título em sua casa, caso vença o Incomáti e a Black Bulls perca na deslocação a Quelimane, onde defronta o Matchedje de Mocuba. Em caso de resultados contrários, derrota ou empate do Songo, e vitória dos “touros”, a decisão final será levada à última jornada, em que os “hidroeléctricos” jogam no Estádio da Machava diante do Ferroviário de Maputo, e a Black Bulls recebe o Costa do Sol.

A luta pelo título ainda vai ser discutida pelas duas equipas, União Desportiva do Songo e Black Bulls, até às últimas consequências.

Já o Ferroviário da Beira passa a precisar de apenas um ponto para conseguir a sua manutenção na prova, pese embora ter somado mais um ponto e destronado o homónimo de Lichinga da sexta posição.

É que os “locomotivas” de Chiveve passam a somar 25 pontos, contra 20 do Incomáti de Xinavane, primeiro na zona da despromoção. Em caso de derrota do Ferroviário de Beira nas duas últimas partidas, aliado às vitórias dos “locomotivas” de Lichinga e de Nacala, da Associação Desportiva do Songo e Incomáti de Xinavane, a turma da Beira pode ainda descer de divisão.

Ou seja, somente um ponto pode salvar o Ferroviário da Beira na prova. A luta pela manutenção vai ser disputada a ferro e fogo pelas seis equipas, de onde sairão duas que vão acompanhar a Liga Desportiva de Maputo, já despromovida.

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