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Empate dos Mambas com Egipto tem sabor a derrota!

O seleccionador nacional, Chiquinho Conde, mostrou-se satisfeito com a prestação dos Mambas na estreia no Campeonato Africano das Nações da Costa do Marfim, diante do Egipto, que terminou com empate a duas bolas. Conde diz que o combinado nacional merecia mais e que é chegada a altura de “pensar grande”. Por ora, há que descansar e preparar o embate diante do Cabo Verde, na sexta-feira.

Foi por muito pouco que a história dos Mambas numa fase final não começava a ser feita – uma grande exibição dos jogadores que fez estremecer o maior campeão africano, com sete troféus ganhos, o actual vice-campeão africano e candidato ao título na Costa do Marfim, o Egipto.

Uma equipa bastante compacta, que pecou apenas em alguns detalhes, no início e no fim. No início porque se deixaram dominar pelo nervosismo de disputar uma prova continental e defrontar uma das mais cotadas selecções do continente e do mundo, o que culminou com a falha de marcação no primeiro golos, aos dois minutos, mas também no fim, quando tiveram confiança em excesso e umas abordagens que deitaram por terra o sonho, tal o lance de Macandza, sobre o seu adversário, ainda que intencional, no lance que provocou a grande penalidade. Uma grande penalidade que foi bastante contestada, tendo em conta que um jogador do Egipto toca primeiro a bola com a mão, mas nada que tenha passado às vistas do VAR.

Mas há que destacar uma segunda parte de grande nível, com as substituições feitas, uma visão de alto nível do seleccionador nacional. Aliás, Chiquinho Conde foi quem deu ordens para Mexer endossar a bola para Macandza, que arriscou com um cruzamento com conta, peso e medida, para a cabeça de Witti, que colocou a bola no fundo das malhas.

Mas a boa visão não veio somente do banco. Dentro das quatro linhas foi Guima quem viu Clésio em fuga e colocou a bola no local certo. Mas Clésio foi também astuto com aquela fuga e, frente-a-frente com o guarda-redes contrário, atirou rasteiro a contar.

No final, o empate acabou por ser com algum sabor amargo, mesmo porque os Mambas tinham a vitória nas mãos, mas o VAR acabou por tirar o pássaro das mãos, e Moçambique perdeu dois pontos diante do Egipto.

 

“DEVEMOS COMEÇAR A PENSAR GRANDE”, DIZ CHIQUINHO CONDE

Para o seleccionador nacional, Chiquinho Conde, o empate com Egipto acabou por ser um resultado bom para o arranque do CAN, pese embora muito mais podia-se ter feito.

“Foi pena, porque os nossos briosos jogadores mereciam um outro resultado por aquilo que nós fizemos, e vocês vinham acompanhado e viam algumas situações que nós trabalhamos nesse curto período de tempo em termos tácticos e adaptamos às circunstâncias. O Salah estava muito solto e não baixava para defender, e nesta fase da construção,  nós tínhamos alguma dificuldade, alteramos para uma linha de 3 e aí conseguimos equilibrar melhor o jogo, e com jogadores mais rápidos e versáteis saímos rápidos no contra-ataque e conseguimos ferir o adversário”, comentou Chiquinho Conde no final do jogo.

Conde não tem dúvidas que o resultado surpreendeu a todos amantes do futebol e dos Mambas. “Acho que nem o mais optimista dos adeptos moçambicanos acreditava que estaríamos em vantagem até aos 90’. Noto um descrédito em torno da Selecção Nacional. Acho que está na hora de começarmos a pensar grande, temos jogadores fantásticos, tivemos boas exibições nos jogos contra Senegal e Argélia, este (contra Egipto) foi mais uma demonstração da nossa força colectiva”, disse Conde. 

E mais: o facto de ser uma selecção sem referências mundiais faz com que o colectivo vença sempre, até porque “temos vontade de equipa, isto é o que nos levou até aqui. E é com esta ideia que nós vamos continuar independentemente do nosso adversário” rematou Chiquinho Conde.

Sobre a arbitragem, Chiquinho Conde é bastante cauteloso. Lamentou o tempo de compensação e a decisão do VAR, mas aceitou. 

“Bom, na parte da arbitragem, a CAF já tinha nos alertado de que poderiam compensar, mas não houve muitas paragens, aliás, houve algumas, mas de qualquer forma, é subjectivo. Tem o VAR agora, muitas das vezes, o sistema vem para ajudar, mas, por vezes, complica um pouco também porque influencia naquilo que é a decisão. Não vi o lance (do penalti), sinceramente não sei, os meus jogadores dizem que foi muito forçado, foi uma disputa de bola, é preciso ter muita prudência naquela altura do fim do jogo, cansado, etc. Mas foi pena não termos conseguido ganhar aqui porque merecíamos”, atirou Chiquinho Conde.

 

É TEMPO DE COMEÇAR A PENSAR NO CABO VERDE

O empate com Egipto ficou para a história e para trás. Agora é começar a pensar em Cabo Verde, depois de um dia de descanso. Para essa partida os Mambas já poderão contar com a presença de Geny que cumpriu um jogo de suspensão por acumulação de amarelos. 

Chiquinho Conde diz que precisa avaliar melhor os jogadores para saber com quem contar para o jogo de sexta-feira. “Foi um jogo muito difícil, muitas emoções, muito desgaste, vamos ver alguns jogadores que estão com algumas mazelas como o Clésio, ver também a situação do próprio Dominguez, e depois recuperar, analisar e ver como é que o Cabo Verde joga. Com o regresso de Geny podemos adaptar melhor também o jogo com Cabo Verde, vamos ver, são dois adversários diferentes e vamos abordar o jogo com calma agora”, terminou Chiquinho Conde.

Os Mambas terão mais três sessões de treinos antes do embate da sexta-feira diante do Cabo Verde, quando forem 16h00 de Maputo.

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