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Embraer pode dar soluções para necessidade de aviões da LAM

A Embraer está a produzir aviões com capacidade para transportar 146 pessoas de olho para o mercado africano. O anúncio foi feito, ontem, na cidade de Maputo, num contexto em que a LAM procura comprar oito novas aeronaves.

Desde Fevereiro deste ano que a empresa Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) procura por aviões no mercado, incluindo da Embraer, para comprar com objectivo de repor a sua frota e tornar a actividade da empresa sustentável. 

No Fórum Empresarial Brasil-Moçambique, realizado na capital do país ontem, uma das maiores produtoras de aviões do mundo, a brasileira Embraer apresentou uma proposta de solução, de olho no mercado africano.

“Nossos aviões têm uma capacidade de 146 lugares. Somos líderes mundiais nessa categoria de até 150 lugares. Permitem ligar directamente aeroportos e cidades para as quais antigamente não existiam ligação”, disse o vice-presidente da Embraer, João Taborda.

De acordo com o vice-presidente da Embraer, João Pedro Taborda, a aposta nos aviões pequenos visa melhorar a eficácia das companhias aéreas.

“Muitas vezes nós vemos aeronaves grandes que viajam com muitos lugares vazios. Isso é muito ineficiente e oneroso para as companhias aéreas. No caso concreto, no mercado africano, 85% das rotas implicam o transporte de menos de 200 pessoas por dia. Portanto, é muito eficaz que as companhias aéreas voem em aviões voem com o mínimo de cadeiras vazias”, disse João Pedro Taborda.

De referir que a LAM tem vasta experiência no uso de aviões da Embraer.

Outra novidade do fórum é a pretenção da Empresa Nacional de Hidrocarboneto de passar a possuir licenças de exploração de hidrocarbonetos e não apenas participar em projectos que tenham como operadores outras empresas.  

“Queremos ser operadores. Significa que o Governo deve dar voto de confiança à ENH e já estamos em processo para isso”, disse a Presidente do Conselho de Administração da Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH), Ludovina Bernardo.

Na verdade, esse é o caminho seguido pelo Brasil, através da empresa Petrobras, que na altura da sua criação produzia dois mil barris de petróleo por dia e hoje produz 4,6 milhões de barris por dia, dos quais 2,3 milhões ficam no país.

“Ser operador é muito importante porque quem opera determina a tecnologia que vai usar, quem são os fornecedores e os parceiros. Ser operador é um desafio e é extremamente fundamental”, disse Sylvia dos Anjos, uma das directoras da Petrobras.

Num contexto em que 62% da população moçambicana tem acesso à energia eléctrica, a EDM convida empresas brasileiras a instalarem indústrias no país, para produzir material eléctrico, entre eles, cabos, transformadores e contadores.

No parque industrial de Beluluane, onde está a Mozal, há várias facilidades para empresas que queiram investir, segundo a MozParks, empresa gestora.

Do Brasil, há uma garantia de formação dos moçambicanos para o uso eficiente de equipamento dada pela Weg África, empresa de capitais brasileiros.

O Fórum Empresarial acontece no âmbito da segunda visita a Moçambique do presidente brasileiro, Lula da Silva, depois da primeira que fez há 17 anos. 

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