A Junta Militar, que está no poder no Burkina Faso, vai realizar eleições democráticas num prazo de dois anos e meio. Enquanto isso, o Movimento Patriótico de Salvação e Restauração, protagonista do último golpe de Estado, vai nomear um Governo interino.
O Movimento Patriótico de Salvação e Restauração, que protagonizou o golpe de Estado no passado mês de Janeiro, apresentou o resultado do trabalho da comissão encarregada de elaborar orientações sobre a realização das eleições gerais.
Nesta segunda-feira, o partido golpista, liderado por Paul-Henri Sandaogo Damiba, publicou um documento, no qual diz que o processo eleitoral no Burkina Faso poderá decorrer dentro de dois anos e meio.
No documento, a Junta Militar diz prever um Governo interino com um primeiro-ministro civil nomeado por Damiba e não mais de 20 membros, que irão gerir o país durante os próximos dois anos. Os membros do referido Executivo não podem concorrer às eleições.
Damiba tomou posse a 16 de Fevereiro como Presidente do Burkina Faso, menos de uma semana depois de o Tribunal Constitucional ter aprovado a sua nomeação após o golpe de Estado que depôs o anterior Presidente, Roch Kaboré, no dia 24 de Janeiro.
O golpe de Estado aconteceu depois dos protestos populares contra a insegurança e a falta de meios para lidar com o terrorismo, razão pela qual os soldados exigiram a demissão de Kaboré e de outras altas patentes das forças de segurança.
O Burkina Faso foi suspenso da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental no dia 28 de Janeiro, por causa do golpe de Estado e a referida organização exige um calendário eleitoral razoável, para o retorno da ordem institucional.