O Sector da educação na Zambézia ainda não tem conhecimento sobre a situação das duas mil crianças, em idade escolar, refugiadas no Malawi. As referidas crianças correm risco de perder o ano lectivo por estarem fora do país.
O ano lectivo já iniciou e a Zambézia já conta com mais de 2 milhões de crianças na escola. No entanto, há um total de 2 mil, com idade escolar, que estão refugiadas no Malawi. As crianças seguiram para aquele país no final do ano passado, com os seus pais por conta das manifestações violentas. Todas saíram do distrito de Morrumbala.
A direcção provincial da educação não tem nenhuma comunicação sobre aquelas crianças.
“Para falar das manifestações, nós reservamos esse direito ao Governo central, porque eu não sou a pessoa indicada para falar da situação de deslocação, consequente das manifestações. Nós ainda não temos a comunicação e precisamos ser comunicados que existe um número X de crianças no Malawi, para aí começarmos a falar (…) Nós agora não temos informação sobre essas crianças”, afirmou Joaquim Casal, Director da Educação na Zambézia.
Por outro lado, na manhã desta quarta-feira, um grupo de professores sem contrato, desde 2022, na carreira de DN4 do curso 10+1, fechou com corrente o portão principal da direcção provincial da educação, alegadamente por não estar a contar um total de 177 docentes naquela carreira.
“Estamos aqui a reivindicar pelos nossos direitos. Estamos aqui para que eles nos dêem uma resposta satisfatória. Nós fomos formadas pela instituição pública e do Estado, e se eles não nos empregam onde é que vamos parar”, disse uma das manifestantes.
O Director provincial disse que não sabia o que estava a acontecer, mas tentou negociar com os docentes, pois impediam a entrada de mais de 200 funcionários.
“Eu não sei o que está a acontecer. O que eu sei é que aqueles são cidadãos comuns, que foram fazer o curso de formação de professores, Docente N4, que, por exigência do país, na busca de qualidade de ensino, achou-se que aquela formação não estava completa. Então, momentaneamente o Ministério da Educação suspendeu aquele modelo de formação e apostou na formação 12ª mais três anos. Mas nós temos vindo a conversar com aquela equipe, que é para eles tomarem atenção, porque já reportamos a situação”, explicou Joaquim Casal.
Esgotada toda a negociação, foi accionada a corporação, que na sequência utilizaram alicates para abrir portões. Ainda assim, o grupo teimava em não deixar entrar os funcionários no edifício.